Um sobrevivente dos ataques a bomba em Londres em 2005 criou um
aplicativo de smartphone para ajudar pessoas com deficiência a se
locomover com mais facilidade pela capital britânica.
Daniel Biddle perdeu as duas pernas, o baço e a visão do olho esquerdo
quando um extremista detonou uma bomba no vagão de metrô na estação
Edgware, no dia 7 de julho de 2005.
"O que aconteceu comigo em 7 de julho me roubou toda a capacidade de ir
praticamente a qualquer lugar", disse o sobrevivente à BBC.
"Posso pensar em inúmeras ocasiões em que precisava encontrar um
banheiro ou ir a um restaurante, e foi impossível. Faltam informações
úteis para pessoas em cadeiras de roda, dificuldades de aprendizado e
problemas de visão."
ACESSIBILIDADE
O aplicativo Ldn Access, criado por Biddle e uma amiga, Tobi Collett,
armazena detalhes sobre percursos sem degraus, rampas e instalações
sanitárias adaptadas que podem ser encontrados em milhares de locais na
capital britânica, como hotéis, teatros, restaurantes, bares, etc.
Através de tecnologia de localização, o programa consegue oferecer
informações baseadas na área em que o usuário se encontra. Pode-se
escolher uma categoria geral, como restaurantes, e a partir daí refinar a
busca, por exemplo, por tipo de comida (indiana, chinesa, grelhados,
etc.).
Biddle diz que a dupla criou um aplicativo simples de usar "porque
alguém com problemas de destreza, ou artrite nas mãos, pode não ser
capaz de digitar palavras muito longas. É simplesmente apertar um ícone
na tela".
O aplicativo tem informações inclusive sobre os locais que serão usados
nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Londres, a partir do fim de
julho. E funciona sem conexão com a internet, o que significa que mesmo
dentro do metrô o usuário pode checar as informações.
"Para checar se as informações estavam corretas, fomos às ruas e
visitamos aleatoriamente os locais listados no aplicativo", conta
Biddle. "Tivemos de identificar os locais, entrar nos sites dos lugares,
fazer ligações."
A princípio, o aplicativo roda apenas no sistema operacional iOS, da
Apple, mas Biddle e Collett pretendem investir o dinheiro levantado com
as vendas originadas na loja da Apple, onde está disponível, para criar
versões para Android, Blackberry e Windows Phone, e não só sobre
Londres, mas outras cidades britânicas.
"Com esse aplicativo, queremos mostrar que a deficiência física não é um
problema, o problema é a falta de acessibilidade", afirma Biddle. "A
tecnologia pode ser excelente para prover independência. Queremos que
este ajuda os deficientes físicos a fazer o que quiserem."
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