A Symantec tomou a rara decisão de aconselhar seus clientes a deixar de
usar um de seus produtos, informando que o software pcAnywhere, para
acesso remoto a computadores, está sob risco intensificado de ataque de
hackers, depois que detalhes sobre ele foram roubados.
O anúncio é o reconhecimento mais direto que a companhia fez até o
momento de que um roubo de seu código-fonte, em 2006, colocou clientes
sob risco de ataque.
A Symantec afirmou que estava apenas pedindo que os clientes
desativassem temporariamente o uso do produto, até que lance uma
atualização de software que mitigará o risco de ataque.
A companhia reconheceu que alguns clientes teriam necessidade de
continuar a usar o software "por motivos empresariais críticos",
afirmando que esses deveriam garantir que tenham a versão mais recente
do produto e "compreendam os riscos atuais", entre os quais a
possibilidade de que hackers roubem dados ou credenciais.
As ações da Symantec fecharam em alta de 1,2%, acompanhando o avanço do
índice Nasdaq, no qual a tecnologia tem peso forte. As ações avançaram
um pouco mais depois do fechamento do pregão, quando a empresa anunciou
lucro trimestral superior alto, confirmando as estimativas de Wall
Street.
Analistas dizem que, embora a questão do pcAnywhere seja um embaraço
para a maior produtora mundial de software de segurança, não estava
claro que pudesse ter impacto imediato sobre as vendas, devido aos
relacionamentos longos entre a empresa e seus clientes.
"Em termos de perda de clientes, não vejo grande problema", disse Phil
Hochmuth, analista de segurança na IDC, empresa de pesquisa de
tecnologia.
É bastante incomum que um produtor de software aconselhe clientes a
desativar um produto totalmente, enquanto seus engenheiros desenvolvem
uma atualização para corrigir defeitos. As empresas em geral recomendam
medidas de atenuação que reduzam o risco de ataque.
"Isso é loucura. Que uma empresa instrua clientes a parar de usar seu
produto... especialmente um fornecedor grande como a Symantec", disse H.
D. Moore, arquiteto-chefe da Metasploit, uma plataforma usada por
especialistas em segurança para testar a vulnerabilidade de sistemas a
ataques.
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