Protestos na internet realizados nesta quarta-feira (18) rapidamente interromperam o apoio no Congresso dos Estados Unidos a medidas antipirataria.
Legisladores abandonaram e repensaram seu suporte à legislação que opôs os interesses da nova mídia contra alguns dos mais poderosos interesses comerciais conservadores em Washington.
O senador republicano Marco Rubio (Flórida) anunciou logo na manhã de quarta que não apoiaria mais a legislação antipirataria que ele mesmo havia patrocinado. Outro senador republicano, John Cornyn (Texas), que lidera a operação da campanha para o seu partido, rapidamente seguiu o exemplo e pediu que o Congresso tenha mais tempo para estudar a medida que seria votada em teste na próxima semana.
Página da Wikipédia, que saiu do ar em protesto contra lei antipirataria americana |
Membros do Congresso, muitos dos quais estão lidando com as questões colocadas pela explosão de novas mídias e sites de redes sociais, foram pegos de surpresa pela reação ao que era, para eles, uma legislação relativamente obscura.
A reação à legislação pendente fez com que a enciclopédia on-line Wikipédia fechasse suas páginas em inglês. A página inicial do Google nos EUA ganhou um link para uma página com informações contra os projetos de lei.
A movimentação no Congresso veio após a Casa Branca recuar do apoio à legislação.
Com reservas cada vez maiores, um projeto que passou no Comitê Judiciário do Senado por unanimidade e sem controvérsia pode ficar com problemas sérios se não ganhar mudanças significativas.
Outro patrocinador do projeto do Senado, o republicano Roy Blunt (Missouri), retirou seu apoio na tarde de quarta. Outros senadores que expressaram preocupações sobre a legislação em seu estado atual incluem os republicanos Mark Kirk (Illinois) e Jim DeMint (Carolina do Sul). O senador republicano Scott Brown (Massachusetts.) disse na terça que ele votaria contra a medida.
DeMint disse que a legislação proposta "causará mais mal do que bem".
A indústria de mídia tem pressionado por uma resposta legislativa à pirataria on-line há algum tempo. Grupos como a Motion Picture Association of America (associação que reúne grandes estúdios de cinema) e a Recording Industry Association of America (associação que reúne grandes gravadoras da indústria musical), bem como gigantes como a News Corp., são experientes em fazer lobby tradicional --contratando grandes personalidades de Washington, como o ex-senador Christopher J. Dodd, e participando de fundos de campanha com contribuições.
Dodd, que agora é presidente e executivo-chefe da associação de cinema, criticou o fechamento de sites.
"O problema para a indústria de conteúdo é que eles simplesmente não sabem como mobilizar pessoas", disse John P. Feehery, ex-assistente da liderança republicana e executivo no lobby do cinema. "Eles têm um pequeno grupo de fabricantes de conteúdo, alguns sindicatos, enquanto o mundo da internet, o mundo da mídia social em especial, tem um alcance tremendo. Eles podem atingir pessoas de maneiras com as quais nunca sonhamos antes."
"Esta tem sido uma experiência de aprendizado real para o mundo do conteúdo", acrescentou Feehery.
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