Profissionais de segurança de tecnologia buscando informações de líderes
do mercado em San Francisco nesta semana viram mais do lado negro do
que esperavam: uma série de presidentes-executivos cujas empresas
sofreram ataques de hackers.
"É bastante desanimador", disse Gregory Roll, que foi à conferência em
busca de conselhos e para avaliar a opção de comprar softwares de
segurança para seu empregador, um grande banco que ele se recusou a
nomear porque não estava autorizado a falar em nome da instituição. "É
uma batalha constante, e estamos perdendo".
A conferência anual RSA Conference, que termina nesta sexta-feira,
atraiu um público recorde de mais de 20 mil pessoas enquanto o Congresso
vota sobre novas legislações com o objetivo de proteger melhor empresas
norte-americanas de ciberataques por espiões, criminosos e ativistas.
Se a proposta de lei sugere que hackers estão sendo bem-sucedidos com
todo tipo de empresas, o conjunto de palestrantes considerou o assunto
de uma perspectiva pessoal.
A palestra de abertura, de Art Coviello, conselheiro da patrocinadora da
conferência e vítima de hacking RSA, definiu o tom com a música dos
Rolling Stones "You Can't Always Get What You Want" (você nem sempre
consegue o que quer, em português).
A RSA, controlada pela fabricante de equipamentos de armazenamento de
dados EMC, é a maior fornecedora de tokens geradores de senhas
utilizados por agências governamentais, bancos e outros para autenticar
empregados ou clientes que fazem login for a do escritório. Pouco depois
da conferência RSA do ano passado, a empresa disse que um e-mail com um
anexo infectado havia sido aberto por um funcionário.
Isso deu a hackers acesso à rede corporativa e eles emergiram com
informações sobre como a RSA calcula os números mostrados em Tokens
SecurID, que em seguida foram usadas num ataque a Lockhead Martin que o
empresa de defesa disse ter frustrado.
Conviello disse que ele esperava que as mazelas da empresa ajudassem a
criar um sentido de urgência em face de oponentes formidáveis,
especialmente governos estrangeiros, que estão sendo auxiliados pela
crescente indefinição das fronteiras entre atividades on-line
profissionais e pessoais. Cerca de 70% de empregados numa pesquisa que
ele citou admitiram subverter regras corporativas com o objetivo de
conseguir acesso a outros recursos por meio de redes sociais e
smartphones, fazendo com que a segurança se torne muito mais difícil.
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