quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Jornais franceses se unem para combater domínio da Apple

O estreito controle da Apple sobre o conteúdo de mídia em seu iPad está atraindo oposição de alguns dos mais poderosos jornais e revistas na França, que pretendem se unir para tentar impedir a gigante da tecnologia de ditar os termos de distribuição.
O esforço das oito publicações, entre as quais o diário "Le Figaro" e o jornal esportivo "L'Équipe", é o mais recente sinal da crescente desilusão dos grupos editorais mundiais quanto ao que avaliam como termos rígidos e comissão elevada (de 30%) da Apple.
O grupo de publicações francesas, que também inclui o jornal financeiro "Les Echos" e a revista "Nouvel Observateur", lançou um quiosque digital para vender edições individuais no iPad e, em breve, oferecerá assinaturas e pacotes de produtos.
As empresas estão negociando com a Apple de forma coletiva e não venderão seus produtos no quiosque que a Apple pretende lançar no mês que vem, conhecido como Newsstand, sem antes obter grandes concessões.
"No mundo da internet, estamos diante de protagonistas infinitamente poderosos, como Apple, Google e Facebook, muito mais fortes que nós, as editoras", disse Pascale Pouquet, diretor de mídia do "Figaro", o segundo maior jornal francês.
"Faria sentido que tentássemos estabelecer uma dinâmica de poder mais favorável e um relacionamento mais igualitário com eles", acrescentou.
O consórcio reúne publicações que costumam concorrer ferozmente.
O sofisticado diário "Le Monde" é a ausência mais notável. Louis Dreyfus, presidente do conselho do grupo, disse que o jornal acredita que sua marca seja forte o bastante para atrair usuários on-line sem ter de se incomodar com um processo decisório coletivo, que tende a ser lento.
Desde que a Apple começou a vender assinaturas, em fevereiro, o setor de mídia conquistou algumas concessões. Em junho, a fabricante do iPad abandonou um controverso plano de exigir que os veículos de mídia oferecessem seus preços de assinatura mais baixos em sua loja on-line.
Mas a empresa não relaxou o controle sobre os dados dos assinantes: as publicações só obtêm acesso às informações de um usuário caso ele clique em um botão que as autoriza especificamente.

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