A AT&T e a T-Mobile USA criaram um exército de antigos altos
funcionários antitruste do governo norte-americano para tentar salvar o
acordo de fusão de suas operações de telefonia móvel, avaliado em US$ 39
bilhões.
Um caso como este levanta muitas questões para todos os lados
envolvidos: que força tem a legislação antitruste que está em vigor? A
concorrência sobreviverá diante da combinação de duas grandes operadoras
de telefonia móvel?
Ou, se o Departamento da Justiça obtiver sucesso em seus esforços para
bloquear a transação, terá a AT&T que pagar US$ 6 bilhões em
dinheiro e licenças de uso de frequências de comunicação sem fio à
T-Mobile, como multa rescisória?
"Dadas as circunstâncias, creio que eles vão precisar da melhor equipe
que possam formar", disse Bert Foer, presidente do American Antitrust
Institute. "Parece-me que a batalha que terão de enfrentar será muito
árdua, e precisam de pessoas capazes de negociar, mas também de cuidar,
de uma solução litigiosa, caso a questão vá a julgamento".
Diversos dos advogados que formam as equipes das companhias envolvidas
tiveram cargos importantes na divisão antitruste do Departamento da
Justiça norte-americano ou no departamento de competição da FTC (Federal
Trade Commission).
Entre os contratados estão veteranos negociadores das organizações
antitruste que trabalharam em dezenas de aquisições, e advogados com
experiência em julgamentos, tais como Richard Parker. Ao menos um dos
advogados, Richard Rosen, já defendeu casos diante da juíza Ellen
Huvelle, responsável pelo caso.
No mês passado, o Departamento da Justiça abriu um processo para
bloquear a aquisição da T-Mobile USA, divisão norte-americana de
telefonia móvel da Deutsche Telekom e quarta maior operadora do setor
nos Estados Unidos, pela AT&T, a segunda maior companhia nesse
mercado no país.
As empresas querem resolver o processo através de algum acordo para que possam levar a fusão adiante.
As empresas têm recursos para contratar os melhores advogados do mercado
para esse caso, disse Andrew Gavil, professor de direito na Howard
University e veterano especialista em leis antitruste.
"Rich [Parker] é um advogado de imensa competência em julgamentos",
avaliou. "Isso demonstra que desejavam garantir que, caso o processo vá a
julgamento, eles contem com um profissional competente e experiente em
defender causas em julgamento, e não apenas em pensar sobre elas".
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