Ativistas de internet acusaram governos de causar dificuldades aos
usuários da web, defensores dos direitos humanos e empresas privadas na
realização de seu trabalho, em função das tentativas estatais de exercer
controle sobre o mundo on-line.
Os ativistas afirmaram que as autoridades estão demonstrando mais
ousadia em seus esforços para regulamentar a web, cujo uso facilitou as
revoluções árabes, permitiu vazamentos maciços de documentos
diplomáticos norte-americanos e facilitou o florescimento da pirataria
on-line.
"O que vimos nos últimos três anos é que os governos já não hesitam em
suas tentativas de regulamentar o conteúdo de internet", disse Joy
Liddicoat, coordenadora de projeto da Association for Progressive
Communications, da Nova Zelândia, que luta para proteger os direitos das
pessoas na internet.
Os ativistas se pronunciaram durante o Internet Governance Forum, um
evento anual realizado na terça-feira em Nairóbi que reúne empresas,
organizações sem fins lucrativos, representantes de governos e cidadãos
comuns.
Os participantes da reunião afirmaram que os governos estão cada vez
mais filtrando e bloqueando o conteúdo da web, conduzindo operações de
vigilância e solicitando dados e informações pessoais, em países como o
Egito e o Paquistão.
"São essas as questões que gostaríamos de ver discutidas no fórum, e
acreditamos que sejam necessárias discussões muito mais abertas e
transparentes sobre como devemos responder a esses desafios", disse
Liddicoat.
Os ativistas esperam demonstrar que estão mais capacitados para definir
as futuras regras da internet, que se tornou propulsora importante de
crescimento econômico em um mundo à beira da recessão.
Maud de Boer-Buquicchio, vice-secretária geral do Conselho da Europa,
uma organização que congrega 47 países e trata principalmente da defesa
dos direitos humanos, disse que a crescente relevância da web como
ferramenta de comunicações e comércio que serve milhões de pessoas torna
mais urgente que surjam acordos sobre a questão do controle da
internet.
"É um momento importante para definirmos princípios para o controle da
internet, no nível das pessoas e organizações que controlam a internet",
disse de Boer-Buquicchio.
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