O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pode
retirar o apoio à taiwanesa Foxconn, empresa que pretende instalar uma
fábrica de tablets no país por US$ 12 bilhões.
A produção do iPad brasileiro foi anunciada pela presidente Dilma
Rousseff em viagem à China no começo do ano, e a perspectiva era de que a
fabricação tivesse início ainda em 2011. Mas as negociações não estão
avançando.
Primeiro, a Foxconn fez uma série de exigências, dentre as quais a ajuda
do governo para conseguir os recursos necessários para levantar o
projeto. O dinheiro viria do BNDES, mas o governo também se comprometeu a
ajudar na prospecção de sócios privados para tocar o investimento.
Mas o próprio ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante,
disse no início da semana que as empresas brasileiras não possuem fôlego
financeiro suficiente para o projeto.
E a companhia taiwanesa deixou de ser a única opção para o governo.
Outras 24 empresas já manifestaram interesse em produzir tablets no
Brasil e já estão habilitadas. Dentre as empresas interessadas estão a
Positivo, Envision, Motorola, Samsung, LG, Itautec, Samnia, Compalead,
Semp Toshiba, AIOX e MXT.
Para incentivar a produção nacional, o governo já publicou uma MP
(medida provisória) que inclui na chamada "Lei do Bem" os computadores
portáteis (tablets). A medida concede isenção de impostos sobre o
produto, como PIS/Cofins.
Mas a Foxconn ainda não recebeu a licença oficial do governo para
produzir iPads no Brasil. Para isso, ela precisa constar na lista do
Ministério da Ciência e Tecnologia que a enquadraria no PPB (Processo
Produtivo Básico), que consta na Lei de Informática. Isso permitiria
baratear o preço final do tablet nacional em até 40%. Sem essa
permissão, a companhia não tem como iniciar a produção.
Mas uma das exigências do governo para concessão do PPB para os tablets é
que 50% das telas de cristal líquido (LCD) deverão ser fabricadas
localmente até 2014. O governo até chegou a cogitar a flexibilização do
PPB, mas a alta do dólar também complica a situação da Foxconn. Com a
moeda americana a R$ 1,55, a empresa importaria as peças e componentes
do iPad a baixo custo. Mas, com o dólar acima de R$ 1,80, a margem de
manobra é muito pequena.
Segundo o Ministério de Ciência e Tecnologia, as negociações com a
Foxconn seguem duas linhas: a primeira é a fabricação ainda neste ano
dos equipamentos iPhone e iPad no Brasil, em Jundiaí; a segunda é a
instalação no Brasil da fábrica de telas de LCD -TFT para notebooks,
celulares, TVs e tablets com tecnologia existente hoje em apenas quatro
países: Japão, Coreia, China e Taiwan.
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