O mercado brasileiro importou legalmente 64 mil iPads no ano de 2010.
Os números --que não consideram consumidores que trazem os aparelhos do
exterior-- foram apurados pela consultoria IDC Brasil junto à base de
dados da Receita Federal e divulgados, com exclusividade, à Folha. Procurada, a Apple não comentou o número.
"No ano passado, o Brasil vendeu mais de 13 milhões de computadores. Os
números dos tablets chamam a atenção pela categoria ser nova, mas são
pequenos diante dos PCs vendidos", diz Luciano Crippa, gerente de
pesquisas da IDC Brasil.
Para o ano, a expectativa é que sejam vendidos 300 mil tablets no Brasil.
"Por aqui, embora exista também o Galaxy Tab, da Samsung, existe a febre
do iPad. Não temos um mercado de tablets no Brasil, por enquanto temos
um mercado de iPads", afirma.
O número de aparelhos vendidos da Samsung, lançado em novembro, chegou a cerca de 20 mil. Procurada, a empresa não comentou.
O iPad é vendido hoje em cerca de 150 lojas de varejo do país, que registraram o pico das vendas no fim do ano.
"O Natal puxa vendas, mas ainda há procura forte", diz Marcílio Pousada, da Livraria Saraiva.
Apesar dos rumores sobre a nova versão do iPad para os próximos meses,
os varejistas não percebem queda na procura pelo aparelho.
"Não sentimos adiamento de compra. Continuamos com demanda forte
principalmente com o crescimento no volume de aplicativos, que interessa
o consumidor", diz Pimentel.
Já a Fnac afirma que as vendas pós-Natal caíram 50%, um volume não considerado ruim para eletrônicos em janeiro.
Embora exista a tese de que os tablets possam substituir os netbooks,
entre os analistas e fabricantes essa visão ainda não é tão clara.
"Existe mercado para todos os aparelhos e ainda surgirão outras opções
em mobilidade para concorrer nesse mercado", afirma Ivair Rodrigues,
diretor da IT Data.
Para Silvio Stagni, vice-presidente de telecom da Samsung, os tablets
não devem "roubar" todos os consumidores dos netbooks porque a proposta
dos aparelhos é diferente.
"O netbook ainda é visto como o computador de preço mais barato. Quem
quer os tablets é o consumidor que está interessado na mobilidade",
afirma.
Rafael Marquez, da TIM --operadora que revende o Galaxy Tab, da
Samsung--, diz que o consumidor só está reticente quanto ao preço.
"Quando o preço baixar, veremos a massificação. Poderemos ver neste ano o
Natal dos tablets, como aconteceu em 2010 com os smartphones", diz.
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