A preocupação quanto à possibilidade de que a demanda acelerada por
computadores tablets e celulares inteligentes como o iPad e iPhone, da
Apple, deixe a Microsoft na poeira é exagerada, disse o presidente
internacional da Microsoft.
"Aparelhos vêm e vão", disse Jean-Philippe Courtois, presidente da
Microsoft International, durante o Fórum Econômico Mundial,
acrescentando que a empresa está fazendo progressos no desenvolvimento
de produtos para o mercado de computadores tablets.
Em janeiro, a Microsoft anunciou que vai lançar versão do Windows
compatível com os chips projetados pela ARM Holdings para estabelecer
uma presença mais forte no mercado de celulares inteligentes e tablets.
A Microsoft divulgou na quinta-feira resultados que ficaram abaixo das
expectativas mais otimistas do mercado. Os números não conseguiram fazer
com que os investidores deixassem de acreditar que Apple e Google
dominarão a próxima fase da computação.
Apesar de ainda não terem gerado muito impacto sobre grandes empresas de
tecnologia como a Intel, os segmentos de tablets e smartphones têm
causado queda nas ações de outras companhias de computação.
Courtois disse que a parte mais crítica do setor de tecnologia da
informação é a computação em nuvem, na qual a Microsoft estabeleceu
forte presença. Computação em nuvem é a prática de utilizar a internet
para transferir o processamento e a armazenagem de informação dos
computadores de mesa para centrais de dados remotas.
"Essa é a mais profunda transformação no cenário da tecnologia de informação nos últimos dez anos", disse o executivo.
A Microsoft segue cautelosa sobre o futuro, mas vê crescimento vindo de
todas as regiões onde opera. "Vemos expansão tanto em países
desenvolvidos quanto em emergentes e isso ajuda o cenário de
investimento em tecnologia da informação", afirmou.
As ações da Microsoft acumulam queda de 3% nos últimos 12 meses, ficando
atrás da alta de 24% do índice Nasdaq. Enquanto isso, as ações da Apple
acumulam valorização de 65% no mesmo período.
Alguns analistas concordam com a avaliação da Microsoft sobre o cenário
da indústria. Eles afirmam que apesar do mercado de tablets apresentar
robustez ele não tem o mesmo volume da indústria de PCs. A Apple vendeu
15 milhões de iPads no ano passado, enquanto isso a Microsoft vendeu 300
milhões de licenças do sistema operacional Windows 7.
Olhando para frente, Courtois lembrou a tecnologia Kinect da Microsoft,
que permite controle de jogos por movimento dos usuários. Segundo ele, a
Kinect pode se provar uma outra fonte de receita, conforme a Microsoft
explora uma série de aplicações para ela.
"Acabamos de fazer uma pesquisa nos países do Bric [Brasil, Rússia,
Índia e China] que mostra que 80% das pessoas acham válido uma interface
natural ao usuário, o que abrirá o mundo da tecnologia a muito mais
pessoas no futuro", disse o executivo.
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