domingo, 23 de janeiro de 2011

Assim como alguns motoristas alteram (ou "tunam") seus carros, há entusiastas da informática que fazem modificações em suas máquinas para estas fiquem mais chamativas. É o chamado modding --alterações físicas no gabinete do computador e em seus periféricos com o objetivo de deixar a máquina única, com muitas luzes e enfeites. A Campus Party, maior feira de tecnologia do Brasil, sediou na noite deste sábado (22) um torneio de modding. A competição contou com três categorias: básica, computadores com poucas modificações, avançada, máquinas com alterações avançadas, e criativa, equipamentos com gabinete original --com "casca" criada pelos entuasiastas. SELEÇÃO Alexandre Nuccini, 37, da comissão julgadora, explicou que a equipe analisou os computadores durante todos os dias, passando por cada mesa, e estima algo entre duzentas máquinas avaliadas. Fatores como iluminação e resfriamento são considerados. Nuccini reforça que modificações que comprometem o desempenho do computador --deixando-o mais lento, por exemplo--, acarretam em perda pontos. "Não adianta somente a aparência", diz. Sobre o modding brasileiro, Nuccini opina que "o Brasil tem o diferencial de ser muito criativo, já que não temos muitos recursos." MODDERS Allyson Vitor Carneiro, 23, ganhou o primeiro lugar na categoria básica. Natural de João Pessoa, o estudante diz que conheceu a prática em fóruns da internet em 2004. Até hoje, os sites internacionais são sua maior influência. Para ele, modding é "deixar o computador poderoso, bonito e apresentável" e encoraja os amigos da Paraíba a fazer alterações em suas máquinas. Carneiro gastou R$ 3,5 mil no projeto, que demorou seis meses para ficar pronto, além de R$ 1,8 mil para ir a São Paulo. Já Omar Majzoub, comerciante de 23 anos, ganhador do segundo lugar na categoria criativa, gastou R$ 2 mil para criar um gabinete baseado nos filmes de terror com o boneco Chucky. A máquina conta com uma pequena tela, perto do leitor de DVD, que reproduz vídeos do computador. Mas o equipamento chama atenção também pela potência: Majzoub afirma ter gastado outros R$ 4 mil nas peças da máquina. Veja quem foram os vencedores: BÁSICO 3º Alexander Hugo tartari 2º Rodrigo Navache 1º Allyson Vitor Carneiro AVANÇADO 3º Brian Victor Andre 2º Miguel Flávio Povh 1º Gustavo Rodrigues Carvalho CRIATIVO 3º Hermann L. Maier 2º Omar Majzoub 1º Douglas Casarotto

Com cerca de 6.800 participantes interessados por tecnologia, internet e entretenimento, a Campus Party termina hoje em São Paulo.
A feira, que teve sua quarta edição realizada no país, teve como saldo crescimento do público presente, melhoria de conteúdo das palestras --com mais espaço para temas como empreendedorismo e robótica--, mas também registrou muitas reclamações dos campuseiros quanto a infraestrutura.

As quedas de energia --foram três só na sexta-feira-- e oscilações da internet foram alguns dos problemas relatados, além da falta de internet sem fio.
O estudante Mateus Rocha, 22, elaborou uma lista com nove problemas principais e propôs sugestões para discutir com a organização.
Entre elas estão melhorias no credenciamento para evitar filas, câmeras de segurança para evitar furtos de equipamentos e também melhor sistema de ventilação para a plateia das palestras.
Já o professor paulista Luiz Angelo de Oliveira, 34, sugeriu, entre as melhorias, nova estrutura para as caravanas, como melhor distribuição das barracas para manter os grupos unidos. Muitos dos 4.500 acampados ficaram separados de seus grupos por problemas na distribuição da localização das barracas no primeiro dia de evento.
Em entrevista a Folha, Mario Teza, diretor da Futura Networks, que organiza o evento, afirmou que a estrutura foi dimensionada com base nos resultados dos anos anteriores, mas o número de participantes foi além do esperado.
Os dois geradores que faziam parte da estrutura para suportar as oscilações no período de chuvas não foram suficientes e no segundo dia de evento, a organização contratou outros dez.
Sobre as oscilações na internet, Teza afirmou que com as chuvas fortes que caíram na capital paulista, muitos equipamentos de rede queimaram e precisaram ser substituídos, gerando momentos sem conexão em algumas partes da arena.
Sobre a falta de uma conexão sem fio, Teza afirmou que nenhuma infraestrutura de Wi-Fi seria capaz de suportar o número de participantes.
"Fizemos três reuniões com as caravanas e vamos discutir todas as sugestões para a melhoria do evento no ano que vem", disse.
Uma das alternativas seria realizar o evento simultaneamente em duas cidades para dividir o público, como São Paulo e Rio. "Hoje 60% dos participantes são de fora da capital".
PIRATARIA
Centenas de campuseiros utilizaram a rede para baixar programas, músicas e vídeos. Um grupo de três amigos de Aracaju que preferiu não divulgar seus nomes declarou à reportagem que baixou três temporadas da série Lost ao longo da semana.
A organização afirma que não controla o movimento, mas declara que 60% da rede de 10 GB oferecida pela Telefônica foi usada para a publicação (upload) de conteúdo próprio, como vídeos ou fotos.

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