terça-feira, 22 de junho de 2010

Na Argentina, novo chanceler critica imprensa pelo Twitter e Facebook

O novo chanceler argentino, Héctor Timerman, crítico mordaz dos meios de comunicação do país, em especial do Grupo Clarín, assegurou que continuará questionando os veículos de oposição em seus perfis nas redes sociais.
Timerman, que também é jornalista e assume hoje o cargo, declarou que "o Twitter e o Facebook são ferramentas imprescindíveis para a política moderna".
O novo chanceler assume o posto após a renúncia inesperada de Jorge Taiana, na sexta-feira. Segundo a imprensa, um dos possíveis motivos da decisão foi o fato do então ministro ter vazado informações ao jornal Clarín, o que teria revoltado a presidente Cristina Kirchner.
"Vou seguir militando nas redes sociais, que são atualmente o que foram as paredes para os militantes políticos durante muitos anos", salientou Timerman em entrevista concedida ao jornal "Página 12", no domingo.
Críticas
Um dos assuntos que se tornou alvo de seus comentários foi a Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, também chamada Lei de Mídia, aprovada em outubro de 2009.
Enquanto o "Clarín" e outros veículos classificaram a norma de "mordaça" para a liberdade de expressão, Timerman questionou os "monopólios" privados de comunicação, mostrando-se disposto a fazer parte do embate entre a imprensa e a Casa Rosada (sede do governo argentino).
"Com a Lei de Mídia se abre pela primeira vez desde a ditadura a possibilidade de se informar e informar", afirmou ele em seu perfil no Twitter.
Outra discussão recente protagonizada pelo diplomata no sistema de microblogging foi a polêmica com o deputado opositor Fernando Iglesias sobre a adoção ilegal de menores durante a ditadura militar do país (1976-1983).
Entidades asseguram que, durante o regime, a proprietária do Grupo Clarín, Ernestina Herrera Noble, teria adotado dois bebês cujos pais foram raptados pelos repressores.
Em seus argumentos, Timerman costuma enfatizar temas relacionados aos direitos humanos, área em que lecionou entre 1979 e 1983, durante o exílio em Nova York. Seu pai, Jacobo Timerman, considerado um dos maiores jornalistas do país, foi sequestrado durante a ditadura.
A posse ocorre nesta terça-feira (22), a partir das 11h (horário de Brasília), em cerimônia realizada na Casa Rosada, em Buenos Aires.

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