terça-feira, 2 de março de 2010

Para atrair doação ao Haiti, Zynga e FarmVille usaram "fundo virtual"

Depois do terremoto que devastou o Haiti, FarmVille disponibilizou novo link chamado Relief Fund Haiti (Fundo de Ajuda ao Haiti), em que convidava os jogadores a dar dinheiro para as vítimas da tragédia então recente.
A informação surgia ao se clicar o botão "Market" (mercadinho), onde os jogadores compram --com dinheiro real ou fictício-- materiais necessários para jogar, como sementes, árvores, bichos ou construções virtuais. Há duas formas de ter dinheiro em Farmville: com o suor do trabalho do seu avatar, plantando e colhendo, ou passando seu cartão de crédito e comprando o que quiser.

Em "Market" havia agora o selo Haiti Relief Fund e, ao clicá-lo, o internauta era enviado a uma página em que, aparentemente, decidiria quanto em dinheiro real estava doando às vítimas do terremoto. Podiam ser doações de US$ 10, US$ 20, US$ 30 ou US$ 40.
Só então veio algo inesperado: ao pagar o internauta descobria que não estava propriamente ajudando haitiano ferido ou faminto nenhum, o que ele estava fazendo era comprar FV$'s, a auto-valorizada moeda do game. Com US$ 40 comprava-se FV$ 240 (US$ 1 vale FV$ 6).
Só então a metodologia da "doação" era esclarecida pela empresa: para realmente ajudar os haitianos, os fazendeiros agora tinham de plantar alucinadamente o símbolo de ajuda às vítimas, o "white corn" (milho branco). A cada 12 horas, toda a colheita dessa, digamos, canjica virtual é que seria destinada ao Haiti.
Entre outros problemas e elementos suspeitos, há o fato de que, quem decidiu doar US$ 30 (FV$ 180) ou US$ 40 (FV$ 240) aos haitianos jamais conseguiria gastar tudo, porque a campanha era de curta duração (menos de dez dias). E as sobras não poderiam ser doadas, somente gastas no jogo --adquirindo bens virtuais, como tratores, animais raros e construções.
Essa foi mais uma "fatia" que a Zynga levou do bolo de doações internacionais aos haitianos.

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