Andrey Ternovskiy estava em dúvida se revelava ou não sua identidade. Isso porque o russo tem apenas 17 anos e não tinha pretensões comerciais quando criou o Chatroulette --até que o site se transformou em um grande sucesso.
Perdido entre centenas de pedidos de entrevista, ele resolveu contar sua trajetória ao "New York Times".
"Eu era e ainda sou um adolescente. É por isso que eu tinha uma certa sensação do que os adolescentes querem ver na internet", disse Ternovskiy. "Eu mesmo gostava de falar com os amigos no Skype usando microfone e webcam. Mas cansamos de falar uns com os outros. Então decidi criar um pequeno site, para mim e meus amigos, onde poderíamos nos conectar de forma aleatória com outras pessoas."
O jovem russo afirma que não foi tão fácil criar o Chatroulette, mas as noções que tem sobre criação de códigos ajudaram -desde os 11 anos, seu pai o familiarizou com computadores e internet.
Sem fazer propaganda sobre o site, Ternovskiy viu sua criação se espalhar rapidamente pela rede. E como havia feito o site para si mesmo e para os amigos mais próximos, teve que reescrever seu código a cada vez que os acessos se multiplicaram, enquanto via chegar à sua casa várias contas de banda larga e hospedagem. "Elas mostram quantias que me chocam como adolescente, mas não estou muito preocupado."
Ele ressalta que o espaço para propaganda no site é pequeno porque prefere o minimalismo. Os links que aparecem na página inicial praticamente cobrem todas as suas despesas.
O repentino sucesso do Chatroulette, que passou de 500 para 1,5 milhão de usuários diariamente, já é motivo de uma disputa entre a Rússia e os EUA, afirma a revista alemã "Spiegel". "Com russos bilionários lhe oferecendo dinheiro e tendo o Google na outra linha, o adolescente moscovita tem que tomar uma decisão: América ou Rússia?", indaga o texto.
Cortejado, o garoto está ansioso para quebrar a hegemonia norte-americana no ciberespaço, diz a revista. "O valor combinado do Google, da Microsoft e do Facebook chega ao montante de cerca de US$ 500 bilhões, ou cerca de um terço da produção anual da economia russa.
Portanto, se a Rússia, que tem mais de 50 milhões de usuários de internet e possui um dos mais rápidos crescimentos de mercado, tiver esperanças de recuperar o atraso, então ela terá que manter talentos como Ternovskiy em casa", diz o texto.
O "New York Times" conversou com Ternovskiy já em Nova York, onde ele está para conversar com investidores. "Seis meses atrás, eu teria dito sim [para a venda do site], mas agora quero mantê-lo, não quero vendê-lo", diz o adolescente.
"Estou procurando ideias. Estou encontrando pessoas em Nova York e San Francisco para procurar ideias e ver o que fazer em seguida. Quem sabe o que vai acontecer? Tenho uma passagem [de volta para Moscou] para o meio de abril. Mas quem sabe? Talvez eu nunca volte!"
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