Nos EUA, os publicitários já têm uma nova forma de atrair os consumidores na internet: anúncios em tempo real, direcionados a cada internauta, escolhidos com base em seu comportamento na rede.
Em milésimos de segundo, é possível fazer com que uma propaganda de hotel, por exemplo, apareça no navegador de quem pesquisa passagens. Até então, os anunciantes dependiam de pacotes fechados com antecedência; agora, aumenta a precisão para atingir um consumidor em potencial.
Companhias como Google, Yahoo e Microsoft já lançaram suas plataformas, ainda sem previsão de chegada ao Brasil, para o chamado "real time bidding" (leilão em tempo real).
"Ele permite aos anunciantes serem bem mais precisos ao gastar seu dinheiro --eles podem personalizar as campanhas e atingir a audiência certa, anúncio por anúncio", afirmou à Folha um porta-voz do Google em Nova York.
A empresa, que lançou a plataforma nos EUA e na Europa, em setembro, diz que a possibilidade de ajustar os anúncios cada vez que um site é carregado significa que eles serão mais "relevantes e darão aos anunciantes melhores resultados" --o que também beneficia os donos dos sites, que vendem espaço a preços mais altos.
Futebol
"A escolha em tempo real dos anúncios depende de fatores como o IP do usuário, em que site eles aparecerão, se a propaganda está funcionando bem", explica o Google.
Por exemplo: "Digamos que você tenha um time de futebol e uma série de ingressos para um jogo em São Paulo no próximo domingo, de pacotes VIP a cadeiras mais baratas. Você pode ajustar a oferta para diferentes pontos, a depender de onde o seu anúncio aparecer".
É aí que entra o "leilão", decidido em milésimos de segundo pelo programa de computador, que analisa o potencial de consumo do usuário baseado no histórico de navegação.
Os anunciantes podem ofertar cinco centavos pela propaganda de um pacote VIP, "para um usuário do Rio que procura passagens aéreas", ou dois centavos por um anúncio de uma entrada mais em conta, "para alguém de São Paulo que passeia pelas páginas de esporte do jornal". "Tudo isso acontece em um piscar de olhos."
Apesar de as empresas defenderem que o "real time bidding" beneficia donos de sites, anunciantes e até usuários, o sistema é alvo de críticas nos EUA. A Federal Trade Commission, agência que regula as práticas comerciais no país, ainda está discutindo a novidade, considerada por opositores uma invasão da privacidade dos internautas.
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