terça-feira, 26 de junho de 2012

Com novo software, hackers já teriam roubado US$ 78 milhões de bancos, diz estudo


Uma nova onda de invasão automatizada de contas bancárias on-line pode ter resultado no roubo de US$ 78 milhões de contas de clientes de bancos da Europa, da América Latina e dos Estados Unidos no último ano, de acordo com pesquisadores que estudaram as atividades de grupos de hackers.
Os grupos utilizaram as recentes melhorias em duas famílias de software de hacking existentes, conhecidas como Zeus e SpyEye, que se abrigam nos computadores de clientes de 60 bancos.
Embora as versões anteriores já fossem eficazes na captura de informações de login, as mais recentes automatizaram a subsequente transferência de fundos para contas controladas por cúmplices.
As constatações, divulgadas na terça-feira pelas companhias de segurança McAfee e Guardian Analytics, confirmam e expandem pesquisas realizadas pela japonesa Trend Micro na semana passada.
"Parece ser o começo de uma nova técnica", disse Craig Priess, vice-presidente da Guardian, cuja especialidade é a proteção a bancos.
O software é sofisticado o bastante para derrotar o método de chip e senha ou outros sistemas de autenticação de duplo fator, e evita transferir todo o saldo de uma conta de uma vez, o que poderia despertar suspeitas, de acordo com a empresa.
A Trend Micro anunciou ter identificado o software em operação na Alemanha, no Reino Unido e na Itália.
A Guardian e a McAfee, da Intel, afirmam que a tecnologia, ainda emergente, já está em uso por uma dúzia de importantes quadrilhas de hackers, contra clientes de pessoa física e jurídica na Colômbia, na Holanda e nos EUA.
"Algum dos desenvolvedores desse sistema dispõe de conhecimento especializado quanto aos sistemas dos bancos", disse Dave Marcus, diretor de pesquisa da McAfee Labs.
Os registros de servidores estudados pelos pesquisadores apontam para comandos das quadrilhas de fraudadores que envolvem a transferência de um total de US$ 78 milhões, o que inclui US$ 130 mil de uma determinada conta. Os bancos talvez tenham conseguido bloquear parte dessas transações, reconhecem os pesquisadores de segurança.

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