segunda-feira, 25 de junho de 2012

"Esses meios de comunicação ajudam demais em todos os sentidos. É uma ferramenta para trocar ideias com o eleitor", disse Couto por e-mail, embora tuíte mais sobre a vida pessoal do que sobre sua plataforma política. O mesmo fez o comediante paulistano Marcelo di Morais, que há três meses pagou R$ 750, parcelados em 12 vezes. Sua conta de 900 seguidores foi para quase 70 mil desde então. Ele a usa para divulgar seu show semanal e uma rede de TV on-line da qual é diretor artístico. "Tem um movimento bem maior. Eu posto muita besteira, e muita gente cumprimenta, xinga ou retuíta. É uma interação forte", disse Marcelo. "É tudo muito novo, você fica tentando mobilizar pessoas para tentar capitalizar de alguma forma, seja em acessos no meu blog, no meu show ou na TV." Bruno Maciel opera um serviço de troca e venda de fãs e seguidores desde 2009, no mesmo escritório de um clube náutico em Formiga, no interior de Minas Gerais, onde tem um emprego com computação. O primeiro trabalho, segundo ele, dá mais retorno financeiro. "Tem muita gente famosa que paga, atores, apresentadores de TV. Tem agência de publicidade que chega com oito ou 15 clientes de uma vez", disse Bruno, que não revela os nomes de seus clientes. "A maioria que paga quer mais divulgação. Dá para trabalhar melhor [divulgar uma marca, por exemplo] com um perfil de 100 mil seguidores do que com um de 300." Em época de eleição, contou ele, a procura aumenta muito. Bruno disse que cuida do serviço sozinho, já que é tudo automatizado por um programa criado com ajuda de um desenvolvedor estrangeiro. E que tem 600 mil perfis cadastrados no serviço gratuito de seus três endereços. Quem se cadastra no troca-troca segue também seus cliente pagos, os VIPs, que não costumam passar de 30 perfis por vez. "Caso contrário, o pessoal do serviço gratuito reclama", explicou. "SERVIÇO COMUNITÁRIO" Rafael Franco, outro administrador de serviço similar, não gosta do termo "venda de seguidores". "É acesso ao nosso sistema, que é uma comunidade de troca", afirmou ele, cuja conta pessoal do Twitter tem mais de 75 mil seguidores. Ao ser questionado sobre quantas pessoas realmente devem ler seu tuítes, ele respondeu: "Nem 10%".


No ano passado, em seus três melhores meses de trabalho, Jordan Golson vendeu cerca de US$ 750 mil (R$ 1,5 milhão) em computadores e aparelhos na loja da Apple em Salem, no Estado de New Hampshire (EUA).
"Ganhava US$ 11,25 (R$ 23) a hora", diz ele. "Parte de mim pensava: `Isso é ótimo. Eu sou um fã da Apple e a loja está indo muito bem.' Mas, quando você olha para o volume de dinheiro que a companhia está ganhando e para o seu contracheque, é duro."
O caso de amor da América com o smartphone ajudou a criar dezenas de milhares de empregos que neste ano vão injetar bilhões na economia.
Neste mundo, Apple Store é um rei incontestável, um fenômeno do varejo reconhecido pelo impecável design, pelo serviço ágil e pela receita espetacular.
No ano passado, as 327 lojas globais da companhia ganharam mais dinheiro por metro quadrado do que qualquer outro varejista norte-americano e quase o dobro da Tiffany, a segunda colocada no ranking, segundo a empresa de pesquisa RetailSails.
Em todo o mundo, as lojas da Apple venderam US$ 16 bilhões em mercadorias.
Mas a maioria dos funcionários aproveitou pouco dessa prosperidade.
Os consumidores pensam na sede da Apple em Cupertino, Califórnia, como o coração e alma da empresa. No entanto, a maioria dos trabalhadores da companhia nos EUA não são engenheiros ou executivos com altos salários e bônus, mas sim trabalhadores que ganham por hora vendendo iPhones e MacBooks.
Cerca de 30 mil dos 43 mil empregados da Apple nos EUA trabalham em lojas da Apple e a maioria deles ganha cerca de US$ 25 mil (R$ 50 mil) por ano.
Eles trabalham na indústria com o maior ritmo de crescimento, para a empresa mais valiosa e comandada por um dos executivos mais bem pagos do país, Tim Cook. No ano passado, ele recebeu ações que, aos preços de hoje, valem mais de US$ 570 milhões.
Pelos padrões do varejo, a Apple oferece mais do que a média de pagamentos _bem acima do menor salário, de US$ 7,25 (R$ 15) por hora.
A empresa também oferece bons benefícios para uma varejista, como assistência médica e a oportunidade de comprar ações da empresa e produtos da Apple com desconto.
Mas a Apple não vende camisetas. Dividindo a receita pelo número total de funcionários, no ano passado, cada empregado da Apple Store trouxe US$ 473 mil (US$ 970 mil) para a empresa.
Lojas de eletrônicos normalmente contabilizam US$ 206 mil em receita por funcionário, de acordo com os últimos dados da Federação Nacional do Varejo.
REAJUSTE
Até a Apple, ao que parece, recentemente decidiu que precisava pagar melhor a seus funcionários.
Na semana passada, quatro meses depois de o "New York Times" começar a questionar os salários aos empregados das lojas da Apple, a empresa começou a informar alguns membros do seu quadro que eles receberiam aumentos substanciais de salários.
Um porta-voz da Apple confirmou os aumentos, mas não informou percentuais, quando ocorreriam e nem quem receberia os reajustes.
ROTATIVIDADE
Gerentes normalmente dizem aos novos funcionários da Apple que a expectativa é de que eles cheguem a seis anos de serviço, segundo ex-funcionários.
"É o que ouvíamos a todo o tempo", diz Shane Garcia, ex-gerente de uma loja da Apple em Chicago. "Seis anos."
Mas o tempo médio de ocupação é de dois anos e meio, afirma uma pessoa familiarizada com os números de retenção da empresa.
Pesquisas internas nas lojas também mostram surpreendentes índices de insatisfação, especialmente entre os técnicos, ou "geniuses" no vocabulário da Apple, que trabalham no chamado Genius Bar.
A Apple negou os pedidos de entrevista, mas enviou um comunicado.
"Milhares de talentosos profissionais trabalham no Genious Bar e entregam o melhor serviço ao consumidor do mundo. A taxa de retenção anual para os `Geniuses' é de quase 90%, o que é atípico na indústria do varejo, e mostra o quão apaixonados eles são pelos seus clientes e pelas suas carreiras na Apple."

Nenhum comentário: