O Brasil é hoje o principal alvo de criminosos digitais na América Latina. Em maio, o país recebeu 50,2% do total de ataques cibernéticos feitos a empresas na região.
Os dados são de uma pesquisa inédita da RSA, divisão de segurança da gigante de tecnologia americana EMC, que levantou os ataques de phishing (furto de dados pessoais pela internet) ocorridos na região.
A Colômbia é o segundo país mais atacado, com 24,3% das ações fraudulentas, seguido de Chile (21%) e México (1,5%).
O crescimento da economia brasileira e o tamanho do mercado de internet transformaram o país na "bola da vez" para os criminosos, diz Roberto Regente, vice-presidente da RSA para América Latina e Caribe.
"O Brasil é hoje o quarto maior mercado de PCs do mundo e tem uma população muito conectada", afirma.
No Brasil, os fraudadores miram preferencialmente sites de bancos e de empresas de telecomunicações.
Além disso, segundo Regente, a recente informatização de diversos serviços públicos no país abriu uma nova frente de atuação para esses agentes: o furto de informação em sites do governo.
A pesquisa mostra ainda que 40% dos golpes ocorridos na América Latina vêm de endereços registrados nos Estados Unidos. São esses computadores que remetem as informações roubadas, controlam ou hospedam os programas ilegais.
Depois dos EUA, Colômbia e Reino Unido são os países que mais hospedam as fraudes, com 27% e 5% de participação no total, respectivamente.
ALTA
Com 1.427 ataques de phising em maio, o número de fraudes na América Latina cresceu 249% em relação a maio de 2011. A sofisticação dos tipos de golpe é um dos motivos que explicam o crescimento.
Na pesquisa, os especialistas da RSA identificam algumas das novas modalidades de crimes cibernéticos.
Umas das que tem se tornado mais comum é o sequestro de PCs, em que criminosos acessam a máquina de um usuário, apagam temporariamente os arquivos e entram em contato pedindo uma soma em dinheiro para devolvê-los.
"A fraude deixou de ser algo artesanal e se tornou organizado e profissionalizado", diz Regente, diretor da RSA.
CUIDADOS
Para não ser vítima do golpe, o usuário deve tomar alguns cuidados:
- Dar preferência a sites e aplicativos oficiais dos bancos quando for acessar serviços bancários
- Evitar o acesso por meio do navegador; se necessário, preferir sites com endereço "b.br", ou seja "seubanco.b.br"
- Nunca acessar o mobile bank quando estiver conectado a uma rede wireless pública, pois não é possível identificar a configuração de segurança. Prefira redes de dados da sua operadora
- Nunca clicar em links supostamente enviados pelo banco por e-mails. As instituições financeiras não fazem comunicação por esse meio
- Não usar buscadores como o Google para procurar o site de banco. Criminosos usam links patrocinados para direcionar clientes a sites fantasmas a fim de roubar dados bancários
- Instalar um antivírus. Alguns são capazes de bloquear o acesso a sites de phishing
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