A lógica da economia às vezes me parece tão irracional que creio ser impossível compreender seus princípios.
Se estamos à beira de uma crise produtiva, nada mais correto que incentivar o consumismo, certo?
É o que diz o governo, a presidente, seus colegas e o pessoal da mídia especializada.
O deslumbre de trabalhar com o dinheiro dos outros cria ilusões inversas, uma realidade paralela. É ilusão acreditar que o dinheiro não tem um lastro físico, que gastar grana gera mais grana.
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Pagamos tantos impostos durante o ano que, em junho, não sobra nada nem para trocar a TV.
Não o bastante, então, a solução é nos endividar com prazos infinitos e esquecer que os verdadeiros bens duráveis são os imateriais: infraestrutura, saúde, educação, dignidade.
Preferimos trocá-los por uma moto novinha, pela geladeira de última geração e pelo computador da maçãzinha, que ano que vem teremos de comprar outra vez. E a gente acha lindo, e o governo, mais lindo ainda.
Gastar dinheiro público no consumo próprio aquece a economia também?
Seguimos concordando, sem entender, seduzidos pelas palavras enigmáticas do caderno de economia, com seus especialistas incapazes de desviar de uma casca de banana.
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