sábado, 16 de junho de 2012

"Verdadeiros bens duráveis são os imateriais", reflete leitor


A lógica da economia às vezes me parece tão irracional que creio ser impossível compreender seus princípios.
Se estamos à beira de uma crise produtiva, nada mais correto que incentivar o consumismo, certo?
É o que diz o governo, a presidente, seus colegas e o pessoal da mídia especializada.
O deslumbre de trabalhar com o dinheiro dos outros cria ilusões inversas, uma realidade paralela. É ilusão acreditar que o dinheiro não tem um lastro físico, que gastar grana gera mais grana.

Técnico demonstra um smartphone com Windows Phone 7, na feira CES, em Las Vegas
Criamos uma psicose tão generalizada e nos esquecemos que as riquezas vêm de algum lugar --e, na maioria das vezes, dos recursos naturais.
Pagamos tantos impostos durante o ano que, em junho, não sobra nada nem para trocar a TV.
Não o bastante, então, a solução é nos endividar com prazos infinitos e esquecer que os verdadeiros bens duráveis são os imateriais: infraestrutura, saúde, educação, dignidade.
Preferimos trocá-los por uma moto novinha, pela geladeira de última geração e pelo computador da maçãzinha, que ano que vem teremos de comprar outra vez. E a gente acha lindo, e o governo, mais lindo ainda.
Gastar dinheiro público no consumo próprio aquece a economia também?
Seguimos concordando, sem entender, seduzidos pelas palavras enigmáticas do caderno de economia, com seus especialistas incapazes de desviar de uma casca de banana.

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