segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Leve sempre uma toalha, ensina o guia do campuseiro das galáxias

Por volta das 15h30, depois de quase cinco horas de filas, burocracia e cadastramentos, finalmente coloquei os pés dentro da minha barraca azul igual a todas as outras 4.999 espalhadas pelo Anhembi.
Mesmo com um número de série para não me esquecer da localização exata da minha estada pelos próximos dias --a organização dá um bracelete com a localização da barraca a todos os participantes--, deparei-me com um problema: como encontrar minha barraca rapidamente no meio desse mar azul?
Barraca com toalha do São Paulo
"Quero divulgar meu time, né?", brinca Pablo Sotto, gaúcho que colocou a bandeira do Internacional em cima da barraca que leva uma das três cores de seu arquirrival. Sendo um evento que atrai pessoas de todo o Brasil, é possível encontrar bandeiras de times do Rio de Janeiro, da Bahia, de Pernambuco e, até mesmo, de São Paulo.
"Pode reparar, as barracas em volta têm até vergonha de mostrar que torcem por outros times de Pernambuco", provoca Eduardo Nazaré, que veio com uma caravana de seu Estado natal, enquanto posiciona a bandeira do Sport.
Como eu não trouxe uma bandeira do meu time de coração, vou me contentar com a visão de uma praia, o céu azul e um barquinho que está estampada na minha toalha. O calor que faz dentro da barraca, pelo menos, é digno da paisagem.
Minha barraca: praia, céu azul e barquinho
Na fila de check-in das barracas, um funcionário passa o código de barras do crachá do campuseiro no sistema que determina qual será a barraca. Por isso, as pessoas que estão lado a lado na fila serão, necessariamente, vizinhas --a não ser que tenham vindo em alguma caravana.
Ao abrir o zíper, a primeira vista da barraca deixa para trás qualquer tipo de esperança de conforto: nada mais que um plástico preto cobrindo o concreto do Anhembi. Dentro, a embalagem da barraca, segundo a qual naquele espaço de pouco mais de 2x2 metros cabem duas pessoas deitadas --há até uma foto de um casal sorridente tentando comprovar o feito. Não cheguei a ler as letras miúdas, mas presumo que a fábrica das barracas fique em Lilliput.

Nenhum comentário: