terça-feira, 26 de janeiro de 2010

China intensifica defesa dos controles sobre a internet

A China ampliou na segunda-feira (25) seu ataque às críticas dos Estados Unidos contra a censura da internet, intensificando uma disputa que colocou o Google no meio de uma desavença política entre as duas potências globais.
A China reforçou sua defesa das restrições à internet, quase duas semanas depois de o Google, provedor do maior mecanismo de buscas do mundo, ter dito que queria o fim da censura a seu site chinês Google.cn e que estava alarmado com ataques de piratas virtuais dentro do país.
As queixas do Google encontraram respaldo na Casa Branca, mas a China rebateu acusando Washington de "mentiras" e usar a internet para apoiar a subversão no Irã.
A disputa vem reforçando os atritos entre Pequim e Washington, que já se desentendem em relação ao comércio, às vendas norte-americanas de armas para o Taiwan e aos direitos humanos.
A intensidade crescente da disputa em torno da internet pode reduzir a margem de que os dois lados dispõem para recuarem sem alarde enquanto procuram cooperar sobre questões financeiras e diplomáticas mais amplas.
"Quanto mais este caso assumir importância política de alto nível maior para o governo chinês, maior é a probabilidade de o governo se ater à sua posição", comentou David Wolf, presidente da empresa Wolf Group Asia, sediada em Pequim, que assessora investidores nos setores de mídia e de telecomunicações na China.
"O governo chinês não pode permitir que seja visto como estando recuado sobre uma questão tão fundamental", disse Wolf.
Hillary
Na semana passada, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, exortou a China e outros governos autoritários a acabaram com a censura à internet. Sua declaração suscitou uma repreensão aguda de Pequim.
Depois de o Google fazer suas primeiras críticas, Pequim se calou. Agora, autoridades chinesas resolveram contra-atacar Washington novamente.
Na crítica mais recente, um porta-voz do Escritório de Informações do Conselho de Estado chinês disse que a China "proíbe o uso da internet para subverter o poder do Estado e destruir a unidade nacional, para incitar ódios e divisões étnicas, para promover seitas e para distribuir conteúdos pornográficos, obscenos, violentos ou terroristas".
As declarações da pessoa, cujo nome não foi citado, foram divulgadas no site do governo central chinês (www.gov.cn).
"A China tem ampla base legal para punir tais conteúdos nocivos, e não há lugar para dúvidas quanto a isso. Isto é completamente diferente da chamada restrição à liberdade na internet", disse o porta-voz.
As declarações do governo chinês foram acompanhadas por declarações no jornal oficial, tendo Washington como alvo.

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