China, Estados Unidos e Rússia fazem parte dos 20 países que estão envolvidos em uma corrida armamentista no ciberespaço e que se preparam para possíveis hostilidades via internet, indicou o presidente da empresa de segurança na internet McAfee.
Dave DeWalt, diretor executivo e presidente da companhia norte-americana, disse que a tradicional posição defensiva das estruturas de informática dos governos havia mudado nos últimos anos.
"Este movimento de uma posição defensiva para uma postura agressiva é muito evidente", disse DeWalt no Fórum Econômico Mundial (WEF) realizado até domingo na estação de esqui do leste da Suíça.
A McAfee indicou ter identificado pelo menos cinco países com ciberarmas: Estados Unidos, China, Rússia, Israel e França.
"Estamos vendo agora mais de 20 países. Os governos estão se equipando para uma ciberguerra, com ciberespionagem e com capacidades de ciberofensiva", afirmou Dewalt.
"Há uma corrida armamentista em marcha no ciberespaço", observou.
Alertas precedentes
DeWalt não é o primeiro a advertir para uma ciberguerra.
O diretor da agência da ONU para as Telecomunicações, Hamadoun Toure, indicou em outubro passado que a próxima guerra mundial poderá ser travada no ciberespaço.
DeWalt deu como exemplo o recente ataque contra a empresa de buscas na internet norte-americana Google e assegurou que ilustra a mudança da estrutura dos governos em matéria de espionagem e ataques para uma ofensiva que é "comercial por natureza".
A Google ameaçou abandonar a China devido aos ciberataques sofridos pela empresa e que, segundo denunciou, são procedentes do gigante asiático. A polêmica gerou um problema diplomático entre ambas as potências.
DeWalt disse que o ataque contra a Google foi "um dos primeiros de um governo no setor comercial", e destacou a "altamente sofisticada ciberespionagem centrada na propriedade intelectual muito valiosa de empresas" --como a ferramenta de buscas ou a Adobe.
O ataque, denominado "Operação Aurora", atingiu cerca de 30 companhias e o número de empresas afetadas poderá continuar crescendo, advertiu DeWalt.
Mas foi apenas um de "uma série de ataques de grande escala dos últimos doze meses".
A McAfee detectou um aumento no último ano de "mais de 500%" de malwares, ou seja, vírus ou programas de informática destinados a espionar ou destruir informações.
"Há mais 'malware' agora do que vimos nos últimos cinco anos juntos", ressaltou.
O último relatório da McAfee, que reúne informações de cerca de 600 empresas de telecomunicações e informática, revelou que 60% dos consultados acreditam que representantes de governos estrangeiros estão envolvidos em operações para invadir suas estruturas.
Quase 36% afirmou que os Estados Unidos são a maior ameaça, seguido dos 33% que citam a China.
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