Eduardo Elias Jugdar vestia uma fantasia de Super-15, um personagem criado em 2002 para a publicidade dos serviços de longa distância da Telefônica --principal patrocinadora do evento.
O detalhe é que Eduardo nem sequer usa computadores. Envolvido com drogas há 17 anos, acabou se afastando de sua família e indo morar na rua.
Até que o empresário Fernando Mutolese Areias, 26, o encontrou sujo e mendigando e resolveu "resgatá-lo", transformando-o em garoto-propaganda do movimento que fundou em 2009, na Campus Party anterior: o Liberdade Telefônica. A ideia é incentivar o uso da tecnologia de telefone Voip pela população e tarifas mais baratas.
O fundador do movimento queria fazer uma analogia entre o processo de recuperação do mendigo e uma transformação nos hábitos de uso do telefone pela população. Fernando e colegas buscam apoiar Eduardo em diferentes atividades, inclusive financeiramente.
O garoto-propaganda deve participar do "Batismo Digital", que está previsto para acontecer nesta terça-feira (26) na Campus Party. O sub-evento busca ajudar as pessoas a dar seus primeiros passos no mundo da informática e internet.
Orelhão
Um orelhão para ligações gratuitas para países do mundo inteiro, demonstrando a potencialidade do serviço Voip de ligações baratas, também foi disponibilizado pelo segundo ano na Campus Party.
"Mas neste ano, o equipamento está bem mais desenvolvido", explica Fernando. "Antes, era mais um protesto; agora temos uma cabine telefônica de verdade. Usamos até um aparelho da Cisco de US$ 500, com possibilidade de uso de cinco diferentes linhas ao mesmo tempo, permitindo por exemplo teleconferências."
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