Graças aos programas leitores de tela, aproveitar o que há na internet também é possível para quem não enxerga. Uma voz --às vezes robótica e fanha demais-- lê tudo o que está na tela e, em alguns casos, o software pode traduzir o que está na página para uma espécie de teclado que reproduz o sistema de linguagem braile.
Uma opção é o Jaws, vendido pelo Laratec (www.laratec.org.br), a parte tecnológica da Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual.
A licença de instalação sai caro (R$ 2.400), mas o programa é adaptável e, com ajustes, pode ler softwares específicos de empresas, segundo Leonardo Gleison, técnico em tecnologia assistiva do Laratec. Gleison não enxerga desde 2002 e considera os leitores uma "janela aberta para o mundo".
Já Antonio Carlos Grandi, deficiente visual há dez anos, coordenador e instrutor de informática da Fundação Dorina Nowill, defende o uso do VirtualVision, que também sai caro, por R$ 1.800 (www.micropower.com.br). Grandi diz que o programa é bom para ler softwares como o Microsoft Word, o Excel, o Outlook e o Internet Explorer.
Segundo Gleison, cada um é acostumado com um programa e sua voz. No início, a leitura é feita em velocidade menor, mas com a adaptação a voz fica tão rápida que quem enxerga não consegue entender. Os comandos são feitos no teclado.
Uma opção gratuita é o NVDA, um software visto como "quebra-galho" pelos entrevistados. Segundo Gleison, o programa tem dificuldades em ler tabelas e tem uma voz de entendimento ruim. Grandi o destaca como opção para deixar instalado em um pendrive e usá-lo em qualquer lugar.
Os três programas rodam em Windows e têm um problema: não podem ler as imagens. Assim, parte da navegação na internet é perdida. Mas Grandi afirma que alguns sites podem ser mais acessíveis se descreverem as imagens da página e os campos de formulários colocados neles.
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