quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Mercado aguarda lançamento de tablet em evento da Apple nesta quarta-feira

O iPod e o iPhone marcaram um antes e um depois na indústria da música digital e da telefonia celular, mas a Apple, criadora dos dois produtos, quer agora causar uma provável reviravolta no setor editorial com um computador que apresentará nesta quarta-feira (27), nos Estados Unidos.
Após meses de rumores, o tablet, como a imprensa americana denomina o aparelho, deve ser mostrado ao mundo em um evento em San Francisco --executivo-chefe do grupo de mídia McGraw-Hill confirmou o aparelho ontem--, mas deve ser preciso esperar até março para vê-lo nas lojas.


Segundo a empresa de consultoria Sanford Bernstein, o tablet se transformará automaticamente em um sucesso e poderia vender cerca de 3 milhões de unidades em seu primeiro ano, três vezes mais que todos os computadores similares do mercado juntos durante 2009.
Aqueles que já viram o equipamento afirmam que é um elegante computador extraplano e leve, com tela sensível de cerca de 10 ou 11 polegadas e teclado virtual semelhante ao do iPhone.
A Apple não quer que seja um simples computador portátil, mas busca fazer dele uma plataforma para conteúdos editoriais como livros, revistas ou jornais, que permitirá fazer download de textos por um preço ainda não especificado e através de um procedimento simples, como ocorre com o iPod e a loja de música on-line iTunes.
Segundo várias fontes, a Apple está negociando com editoras como a New York Times, a Conde Nast Publications e a HarperCollins Publishers, de propriedade da News Corporation, para chegar a um acordo de cooperação e vender conteúdos destas empresas no Tablet.
Algumas versões dizem que a firma de tecnologia também mantém conversas com algumas redes de televisão, como CBS e ABC para oferecer seus programas, e que negocia também com a produtora de videogames Electronic Arts.
O objetivo é repetir o sucesso do iPod e do iPhone com a mesma fórmula: hardware de design elegante com software e aplicativos atrativos que são os que realmente geram dinheiro à Apple.
O lançamento do iTunes fez disparar as vendas do iPod e transformou a Apple em líder no varejo on-line de música dos EUA.
A loja de aplicativos para o iPhone, incluída dentro do iTunes, fez do iPhone um pequeno computador com seus mais de 100 mil programas disponíveis por poucos dólares ou, inclusive, de graça.
Tábua de salvação
Se a Apple conseguir convencer os consumidores a adquirir seu Tablet, a indústria editorial sairia beneficiada.
Há anos, o setor está sofrendo as perdas pela redução da circulação em detrimento da internet, e ainda busca soluções criativas para que os usuários paguem na rede pelo que estão acostumados a receber de graça.
O tablet, no entanto, tem ainda um longo caminho a percorrer e terá que passar por vários obstáculos até provar seu êxito.
Em primeiro lugar, o preço do equipamento está relativamente alto, pois, segundo fontes ligadas à fabricação, será de US$ 1.000 nos EUA.
Além disso, a Apple tem que conseguir que os consumidores comprem o tablet quando muitos netbooks, e-books e até telefones celulares realizam funções semelhantes pela metade do preço ou até menos.
O tablet também não é o único computador deste tipo no mercado. Durante 2009, cerca de 15 fabricantes de PCs lançaram produtos parecidos --e o número poderia chegar a 30 neste ano.
"O sucesso do tablet dependerá de como o produto se adaptará à vida diária do usuário e se oferecerá conteúdo suficiente para fazer com que valha a pena usá-lo", disse Henry Lu, presidente da firma taiuanesa Micro-Star Internacional, companhia que fracassou em sua tentativa de vender um computador parecido há alguns anos.

Nenhum comentário: