segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Participantes enfrentam dificuldades para carregar equipamentos até a Campus Party

O evento de tecnologia Campus Party começou em São Paulo nesta segunda-feira (25) sob chuva e reclamação de alguns participantes. A festa de tecnologia ocorre até 31 de janeiro, no Centro de Exposições Imigrantes (zona sul de São Paulo).
Um trio de participantes veio a pé da estação de metrô Jabaquara; um deles, o publicitário Alexandre Saito, 31, viajou de Curitiba (PR) para São Paulo. Ele conta que ficou cerca de 20 minutos procurando alguém do evento e um ônibus que deveria levá-los da estação de metrô para o local. Desistiram e foram a pé, levando cerca de 40 minutos. "Com o equipamento que a turma leva, a viagem fica difícil", diz ele.


Saito conheceu no metrô Victor Hugo França, 19, estudante de Física em Itajubá (MG), com quem foi ao evento a pé. Victor trouxe dois computadores: um desktop e um netbook.
"O desktop é para deixar compartilhando arquivos, quero achar livros científicos e de informática. Também quero jogar games pesados nele", diz. "O outro é para passear pelo evento, ir às palestras, fazer anotações."
O último componente do trio, Marcos Arantes da Silva, 18, colega de Victor, levou cerca de cem DVDs com seus arquivos. "Minha próxima aquisição precisa ser um HD externo", admite.
Uma chuva forte começou no início da tarde. Quem chegava com seus computadores corria para arranjar abrigo em um espaço coberto, onde ia a fila.
Trenzinho
Depois de chegar à entrada do Centro Imigrantes, há um veículo apelidado de "trenzinho" que leva os participantes até o início da fila de entrada. O técnico e instrutor de informática Vinícius Chiaverini, 25, reclamava: "Esse trenzinho não leva a gente até a entrada."


"Estamos com umas dez caixas de equipamentos, e a gente precisa trazer tudo na mão", diz. "Até tenho carro, mas ia ter que pagar R$ 20 só para passar pelo portão e deixar as coisas na porta? A organização não está facilitando."
Chiaverini ia e voltava, tentando negociar com os funcionários do evento para levar de uma vez seus equipamentos --entre eles uma máquina aberta, em processo de personalização, já que ele é praticante de "modding".
O instrutor busca aperfeiçoar o gabinete do PC para deixá-lo mais potente, com ventilação e mais bonito.
A assessoria do evento informa, em resposta, que a medida é necessária para um melhor controle da entrada dos participantes, pois não seria possível abrir exceções para a entrada de carros no espaço que dá acesso ao estacionamento.
Diz ainda que que os ônibus estão funcionando todos os dias do evento, de manhã à noite. Entretanto, eles não saem da estação do metrô, mas de uma rua próxima, conforme publicado hoje no blog da Campus Party.
Games e ET
Durante a fila para a entrada, já era possível ouvir papos sobre tecnologia e games, como de Stephan Barbosa Wuo, 18, estudante de ciências da computação de Poços de Caldas (MG). Ele falava empolgado com os amigos sobre exércitos, bases e Gandalf --personagem mago do livro "Senhor dos Anéis", adaptado para videogame.
Stephan, inscrito na área de Games do evento, diz que costuma jogar com os amigos em rede, e que espera conhecer outros durante o Campus Party. Ainda não sabe o que esperar do evento. Vai aberto às novidades. Mas confessa que deve perder a vida social quando forem lançados os jogos da Blizzard "Diablo 3" e "Starcraft 2", ainda sem previsão. São séries que foram febres, explica ele.
Outro que também foi para o evento na área de Games é Fernando Morais da Silva, 21, que trabalha com datacenter, lidando com implantação de servidores. Ele já espera se encontrar pessoalmente com os amigos de um fórum sobre a placa de vídeo GForce --frequentemente usada para games pesados.


Já o publicitário Alexandre Saito, um dos três que foram ao evento a pé da estação Jabaquara, conta que não deve se concentrar em diversão no local.
"Os eventos de que vou participar são concentrados em design, fotografia, questões ligadas à minha área profissional", diz. "Vou até trabalhar durante a semana no evento, trouxe um projeto da agência para terminar."
No meio de profissionais e estudantes dedicados à tecnologia, no entanto, há também uma estudante de serviço social. Keren Hapuck, 20, afirma ser apenas uma curiosa interessada em todo tipo de conhecimento. Estuda robótica, astronomia, e diz já ter feito até um curso curto de programação. "Na faculdade, me acham estranha, chamam de ET", confessa.

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