terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Organização da Campus Party faz operação "antivaias"

Pela primeira vez desde sua estreia no Brasil, a Campus Party não começou com vaias contra o presidente da Telefônica e o prefeito de São Paulo. Elementar: essa foi a única vez nas três edições em que Antônio Carlos Valente e Gilberto Kassab (DEM) não deram as caras na abertura da festa.
Representantes municipais, estaduais e federais abriram o evento, na noite de segunda-feira (25). Os discursos foram breves.
Os patrocinadores corporativos também foram citados rapidamente, com apenas um gesto de saudação na abertura.
Tanto o prefeito de São Paulo quanto o presidente da Telefônica foram vaiados nas duas últimas edições. (Veja aqui e aqui).
Com o microfone, Marcelo Branco, diretor do evento, enfatizou o "respeito pelos patrocinadores". Um discurso nessa linha não chegou a ser surpreendente para boa parte dos campuseiros, que receberam, no começo da tarde de ontem, um e-mail encabeçado pelo mesmo Marcelo Branco, que pedia "empatia" com aqueles que tornam possível que "o evento exista".
"Nosso evento é muito complicado, com custos de produção enormes, mas a energia da Campus faz com que as instituições políticas, independente de suas siglas, as empresas e os campuseiros tornem possível que o evento exista", dizia o comunicado.
"Sem a participação de 'todos', não seria possível fazer essa festa. Por isso, devemos demonstrar respeito e empatia a todos eles em nossa casa, uma vez que unimos nossos corações para a Campus", completava o texto.
Em um trecho anterior do mesmo documento, a principal patrocinadora é citada: "Uma vez mais, graças à Telefônica, contaremos com uma enorme velocidade na rede, 10 gigas de saída de internet para todos."
A carta pede ainda que os campuseiros agradeçam "a todos que nos ajudam a construir a Campus. Pedimos um aplauso enorme, independente de quem fale, pois é uma pessoa que nos ajudou muito e nós campuseiros sabemos reconhecer quando alguém apoia a rede".
O Procon-SP autuou a Telefônica por panes na telefonia fixa e no serviço de banda larga Speedy no ano passado. A empresa responde a cinco processos administrativos.
Também no ano passado, a Anatel decidiu proibir a Telefônica de vender o Speedy. A suspensão ocorreu por conta da sucessão de falhas no serviço ocorridas entre 2008 e 2009.
Hacker lá, hacker cá
O ex-hacker Kevin Mitnick apareceu na abertura oficial e deu boas-vindas de forma breve, em inglês, aos campuseiros. Mitnick faz palestra amanhã, às 13h.
Ele é considerado uma figura lendária por suas infrações nos anos 90. Chegou a ser preso nos EUA por crimes cibernéticos. Hoje, estará no chamado "Momento Telefônica".
Outra figura conhecida da Campus Party é Vinicius Camacho Pinto, o Vinicius K-Max, que deve comparecer ao Centro de Exposições Imigrantes nesta terça. O programador foi indiciado no ano passado pela Polícia Civil de São Paulo por invadir o site da Telefônica.
Em 2008, uma brincadeira de K-Max impediu o acesso de alguns participantes da festa a sites como Google e YouTube.

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