O Brasil, a Espanha e a França são os países mais afetados pela troca ilegal de arquivos de música pela internet, de acordo com a IFPI, associação que representa as maiores gravadoras do mundo.
O problema desses três países, afirma o instituto, é que, "apesar dos esforços da indústria", não conseguiu se estabelecer fortemente um serviço legal de venda de música pela internet. A consequência, diz, é que a venda de CDs desabou e o comércio pela web não conseguiu compensar nem de perto.
No Brasil, as vendas de músicas caíram mais de 40% entre 2005 e 2009, calcula a IFPI, e um dos efeitos dessa queda é que as cinco maiores gravadoras que atuam no país lançaram 67 álbuns de artistas locais em 2008 --ante 625 novos CDs uma década antes.
"Isso tem sido particularmente danoso para um mercado em que 70% da música consumida é de repertório doméstico", diz a associação.
Ela afirma ainda que as quedas nas vendas de CDs no Brasil, na Espanha e na França também mostram que é um "mito" a tese de que a arrecadação com shows compensa a queda na venda de álbuns.
"Os ganhos com as performances ao vivo beneficiam mais, geralmente os veteranos, que já estão estabelecidos, enquanto os mais jovens, sem uma carreira lucrativa com shows, é que não têm a chance de desenvolver a sua carreira por meio da venda de CDs."
O IFPI estima que a venda global de música por meio físico (especialmente CDs) tenha caído 16% em 2009, para US$ 11,6 bilhões, enquanto o comércio digital somou US$ 4,2 bilhões, alta de 12% em relação a 2008. Desde 2004, as vendas digitais cresceram 940%, mas o mercado total de música encolheu 30%.
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