A decisão do Twitter de bloquear mensagens de usuários nos países que o
solicitarem pode ajudar a rede social a entrar na China, o maior mercado
da internet do mundo, mas também um dos mais limitados pela censura
oficial.
Assim indicou nesta quarta-feira o portal oficial "China.org.cn" ao
considerar que a empresa americana provavelmente encontrará as portas do
mercado chinês abertas pela boa aceitação que teve o anúncio dessa
resolução na imprensa oficial.
Na semana passada, a rede social anunciou que eliminará os tuítes e as
contas de usuários nos países onde o Twitter receber ordem da censura
afirmando que os conteúdos são ilegais, apesar de os dados eliminados
continuarem acessíveis em outros países.
A imprensa oficial chinesa aplaudiu a medida, assim como o jornal
"Global Times", que considerou "importante que o Twitter respeite as
culturas e ideias dos países para se integrar ao meio local de forma
harmoniosa".
O jornal criticou a postura de "ativistas políticos e dissidentes"
contrários à iniciativa da rede e defendeu a decisão do Twitter por "ter
escolhido ser uma ferramenta política idealista, como muitos esperam, e
seguir regras comerciais práticas como empresa".
A China, que superou os 500 milhões de internautas em 2011, é um dos
países com aparelho de censura mais sofisticados do planeta, conforme
relatórios de grupos de liberdade de imprensa e direitos humanos, no
qual o Twitter, o Facebook e até o YouTube só podem ser acessados por
VPN (servidor externo).
Por meio desse esquema, os dissidentes chineses, entre eles o polêmico
artista Ai Weiwei, encontraram no Twitter uma forma de divulgar suas
opiniões e expressar seu descontentamento com a decisão dessa rede
social.
Como lembrou o "Global Times", tanto o Twitter quanto o Facebook
"tiveram papel fundamental na promoção da Primavera Árabe e os conflitos
em Londres no ano passado, mas também há um debate sobre os limites da
liberdade de expressão".
Por causa da Primavera Árabe, Pequim aumentou sua repressão contra a
dissidência e centenas de ativistas e intelectuais, incluindo Ai Weiwei,
que foram perseguidos, detidos e em alguns casos torturados, de acordo
com várias ONGs.
A China atingiu a marca de 300 milhões usuários de microblogs em 2011
com empresas locais como Weibo (similar ao Twitter), controlada por
Pequim.
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