terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Brasil e China terão centro de pesquisa para inovação em nanotecnologia

Em portaria publicada nesta terça-feira (14) pelo "Diário Oficial", o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, institui o CBC-Nano (Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia).
Ainda não está definida a agenda de pesquisas do centro, mas, segundo o químico Fernando Galembeck, a China manifestou interesse em desenvolver, com o Brasil, sensores e dispositivos para uso em diagnósticos clínicos para atendimento de populações dispersas.
"A ideia é ter um equipamento portátil confiável, de produção barata, que facilite levar atendimento às pessoas", explica Galembeck, que é diretor do LNNano (Laboratório Nacional de Nanotecnologia), em Campinas (SP), e será o coordenador brasileiro no CBC-Nano.
Segundo ele, outra área de interesse é o desenvolvimento de novos produtos a partir da biomassa. "Podemos usar nanotecnologia para transformar os resíduos agrícolas", disse, lembrando que o Brasil, sendo um dos principais produtores mundiais de alimentos e de commodities agrícolas, gera grande volume de biomassa ainda não aproveitada.
O centro sino-brasileiro é virtual e funcionará como uma rede de cooperativa de pesquisa e desenvolvimento da qual ficará vinculado ao LNNano. Conforme a portaria, "a participação no CBC-Nano será considerada serviço público relevante, não ensejando qualquer remuneração específica".
A China é considerada uma das maiores potências na pesquisa com nanotecnologia, enquanto o Brasil ocupa a 25ª posição. Conforme dado divulgado pela ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), o mercado internacional de nanotecnologia deverá atingir US$ 693 bilhões até o final deste ano e US$ 2,95 trilhões em 2015.
Nanotecnologia diz respeito à capacidade de manipular matérias de tamanho atômico, de 1 a 100 nanômetros --cada nanômetro tem um milionésimo de milímetro, ou seja, uma unidade 10 mil vezes menor que o diâmetro do fio de cabelo.

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