As empresas de tecnologia com boas reservas de caixa estão cada vez mais
dispostas a apresentar ofertas hostis de tomada de controle de
companhias rivais, mas os potenciais alvos estão mais preocupados com
relação a outra ameaça --acionistas ativistas, disseram executivos de
bancos.
Com investidores como o bilionário Carl Icahn e a Relational Investors,
de Ralph Whitworth, voltando suas atenções a companhias de tecnologia,
nos últimos meses, os conselhos das empresas vêm recorrendo a bancos de
investimento de maneira mais proativa, para criar mecanismos de defesa,
disseram executivos participantes do Reuters Global Mergers and
Acquisitions Summit.
"Se alguém adquire número suficiente de ações, é frequente que a
companhia termine com um novo integrante no conselho", disse David Wah,
codiretor do grupo de tecnologia mundial e mídia norte-americana no
Credit Suisse.
Wah disse que os conselhos no momento vêm procurando mais informações
sobre como proteger as empresas contra acionistas ativistas.
Diversos investidores ativistas conhecidos iniciaram batalhas nos
conselhos de empresas de tecnologia, nos últimos meses, em muitos casos
criticando publicamente as estratégias das companhias. A causa está em
uma série de fusões no setor, e eles defendem a ideia de cindir unidades
e vendê-las em separado, no caso de empresas cuja capitalização de
mercado esteja sendo subestimada.
"Percebemos um nível considerável de interesse gerado por esse tipo de
atitude", disse Bob Eatroff, diretor executivo do Morgan Stanley.
Recentemente, a Mentor Graphics rejeitou uma oferta não solicitada de
aquisição no valor de US$ 9,1 bilhões apresentada por Icahn em
fevereiro. Mas o investidor ainda não desistiu.
O fundo de hedge Elliott Associates conseguiu forçar a Novell no ano
passado a aceitar uma venda por US$ 2,2 bilhões à Attachmate, uma
empresa de software para centrais de processamento de dados controlada
por um grupo de investimento comandado pela Francisco Partners, Golden
Gate Capital e Thoma Bravo.
Mas táticas de defesa agressivas ajudaram empresas a manter os sócios
ativistas sob controle. A Symantec conduziu reuniões com bancos para
avaliar opções de estratégia, depois que a Relational, a Elliott e
outros ativistas adquiriram grande número de suas ações, em 2010.
A empresa conseguiu se manter independente, depois do que um membro do conselho descreveu como ataque de ativistas.
"Ao falar com clientes e se concentrar nos pontos vulneráveis, o
acionista ativista tende a conquistar mais atenção do que o comprador
estratégico tradicional", disse Eatroff, do Morgan Stanley.
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