As rápidas cambalhotas com quais as lagartas escapam do perigo,
consideradas um dos movimentos mais velozes da natureza, se
transformaram em uma inspiração para a construção de uma nova geração de
robôs leves e mais ágeis.
As conquistas obtidas até agora são descritas em artigo publicado nesta
quarta-feira pela revista "Bioinspiration & Biomimetics", e que vem
acompanhado de um vídeo que demonstra as piruetas das lagartas e os
robôs que as imitam.
Até agora, a ciência criara robôs que, apesar de desenvolver uma certa
flexibilidade e capacidade de adaptação, contavam com velocidade muito
limitada.
Por isso, segundo o artigo, os pesquisadores voltaram sua atenção aos animais terrestres de corpo branco em busca de inspiração.
Algumas lagartas têm a capacidade extraordinária de rodopiar e pular
para escapar dos predadores, e este movimento, chamado de "balística
rodante", é considerado um dos mais rápidos que se conhecem na natureza.
Os pesquisadores da Universidade de Tufts, em Massachusetts, viram aí
uma oportunidade para o projeto de um robô que imite essa pirueta das
lagartas e ajude a melhorar a compreensão da mecânica da "balística
rodante".
Para imitar o movimento de uma lagarta, os pesquisadores desenvolveram
um robô de 10 centímetros de comprimento com um corpo leve, que foi
batizado de GoQBot, feito de silicone e operado por molas de ligas
metálicas que se contraem sob o efeito de descargas elétricas.
A denominação Q faz referência à forma adotada pelas lagartas antes do
pulo e que permite que se afastem rodopiando a meio metro por segundo.
O GoQBot foi projetado para copiar especificamente a morfologia
funcional de uma lagarta e é equipado com cinco emissores de luz
infravermelha em seus flancos para permitir o acompanhamento dos
movimentos com um dos mais avançados sistemas de rastreamento
tridimensional.
Para mudar de forma em menos de 100 milissegundos, o GoQBot se beneficia
de um alto grau de coordenação mecânica, similar à que ocorre mediante o
acoplamento não linear de músculos nos animais.
Há muitos robôs modernos inspirados em serpentes, vermes e lagartas,
devido à capacidade destes animais para subir em lugares difíceis. Mas, a
princípio, os corpos sem membros reduzem a velocidade dos robôs.
Por outro lado, há muitos robôs que empregam um movimento rotatório para
viajar com alta velocidade e eficácia, mas são os que têm mais
dificuldades para alcançar lugares difíceis, aponta o estudo.
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