Antes relegados a segundo plano enquanto acompanhavam a disputa de
músculos do hardware, os sistemas operacionais para celulares
inteligentes se transformaram no verdadeiro cérebro dos aparelhos. Na
disputa entre grandes empresas, quem tiver mais QI ganha espaço.
Com processadores que atingem a capacidade de PCs, os aparelhos agora
precisam de interfaces que saibam lidar com toda a potência.
Nos próximos anos, a polarização de sistemas será bem clara: Google e
Apple, que já dominam grandes fatias do mercado, terão a companhia da
Microsoft. E todos buscam criar seus próprios ecossistemas.
Com a parceria entre Nokia e Microsoft para o desenvolvimento de
aparelhos com Windows Phone 7, o atual sistema operacional líder no
mercado global, Symbian, perde espaço trimestralmente. Sua participação é
roubada principalmente pelo Android, sistema operacional do Google.
Baseado em Linux, o sistema aberto está presente em dezenas de aparelhos e é atualizado frequentemente pela gigante das buscas.
A plataforma intuitiva do Android conta com uma loja com mais de 150 mil
aplicativos e sincronia perfeita com todo o pacote Google (Gmail,
Calendar, Google Maps). O crescimento do sistema intensificará as vendas
de "smartphones" em 58% em 2011 e levará o Android a 50% do mercado em
2015, segundo a consultoria Gartner.
O principal problema dos aparelhos com Android, desenvolvido desde 2005,
é sua rápida obsolescência diante da alta frequência de atualização do
sistema. Iniciadas em 2007, as atualizações são acompanhadas com atraso
por fabricantes e operadoras.
Enquanto o Google anuncia a versão 2.3 do Android, ainda existem aparelhos no Brasil vendidos com a defasada versão 1.6.
DESAFIANDO OS ROBÔS
A segunda grande força do mercado está presente em apenas quatro
aparelhos. O iOS, sistema operacional da Apple, nasceu em 2007 com o
primeiro iPhone e revolucionou o mercado ao apostar em telas sensíveis
ao toque e aplicativos. Hoje, no iPhone 4, o trunfo da empresa de Steve
Jobs é o gigante ecossistema por trás dos aparelhos. São mais de 350 mil
aplicativos na App Store e mais de 10 bilhões de downloads.
Ao contrário do Android, seu principal concorrente, o sistema da Apple é
considerado fechado, com menor capacidade de personalização pelo
usuário. Aplicativos passam por rigorosos testes antes de entrar na
loja, as transferências de arquivos dependem exclusivamente do iTunes e a
impossibilidade de visitar sites que utilizam Adobe Flash estão entre
as reclamações mais frequentes.
Já o Windows Phone 7, anunciado no ano passado pela Microsoft e ainda
não disponível no Brasil, surge como um sistema diferente esteticamente,
que foge do formato de lista de ícones e se apoia em pequenos
"azulejos" na tela.
A promessa é a integração com serviços como a Live, plataforma de jogos
on-line do Xbox 360, e com o Zunepass, sistema disponível apenas nos EUA
que faz streaming legal e ilimitado de músicas por um valor mensal.
Apesar da expectativa de vários parceiros de hardware no lançamento, as
vendas ficaram abaixo do esperado. Por se tratar de um sistema novo,
detalhes como habilidade multitarefa ficaram de fora da primeira versão.
Porém a parceria com a Nokia para desenvolver smartphones em conjunto
fez o instituto de pesquisas Gartner afirmar que o WP7 será segundo
colocado no mercado de smartphones em 2015, com 19,5% de participação no
mercado global, atrás apenas do Android.
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