Uma autoridade do Irã disse nesta segunda-feira que o país voltou a ser
alvo de um ataque de vírus de computador, dez meses após seu programa
nuclear ter sido supostamente alvo de um ataque semelhante.
De acordo com a agência de notícias iraniana Mehr, Ghalam Reza Jalali,
chefe de um órgão iraniano de defesa civil, disse que técnicos do país
descobriram o "vírus espião", que está sendo chamado de Stars
("Estrelas", em tradução livre do inglês).
Jalali disse ser "difícil destruí-lo em seus estágios iniciais já que
ele pode ser confundido com arquivos do governo", mas que o dano
provocado por ele até agora foi pequeno.
"Felizmente nossos jovens cientistas descobriram o vírus, que está sendo
estudado", disse ele. "Os testes com o vírus continuam, já que não
temos ainda os resultados finais."
Ele disse que o vírus poderia ter causado grandes acidentes, na semana
passada, possivelmente com vítimas fatais, já que ele permitiria a
hackers assumir o controle de grandes sistemas, como usinas nucleares.
Jalali responsabilizou os Estados Unidos e Israel pelo ataque e disse
que o assunto deve ser tratado pelo Ministério das Relações Exteriores
"já que muitos países, como a Rússia, consideram qualquer forma de
ciberataque uma declaração de guerra".
STUNXET
Em outubro do ano passado, cerca de três mil computadores iranianos
foram atacados pelo vírus Stuxnet, inclusive na usina nuclear de
Bushehr.
A complexidade do Stuxnet, programa que permite o acesso remoto ao
computador infectado, sugere que ele deve ter sido criado por algum
governo nacional, de acordo com alguns analistas.
Acredita-se que o vírus seja o primeiro especialmente criado para atacar
infraestruturas reais, como usinas hidrelétricas e fábricas.
O Irã disse que o Stuxnet afetou algumas centrífugas (equipamento
fundamental para a produção de combustível nuclear) na cidade de Natanz,
mas o vírus teria sido neutralizado na ocasião.
"A ameaça não foi completamente removida porque estas viroses têm vida
própria e podem reaparecer, continuando a atuar de forma diferente",
disse Jalali.
O programa nuclear do país, que Teerã diz ter fins pacíficos, é alvo de
críticas e sanções da ONU, dos EUA e de países da Europa, que acusam o
regime persa de buscar a bomba atômica.
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