Três jogadores de xadrez da França foram suspensos por participar de um
esquema de trapaça durante partidas da Olimpíada de xadrez do ano
passado, em Khanty-Mansiysk, na Rússia.
O mestre internacional (a segunda maior honraria do xadrez) Cyril
Marzolo é acusado de usar mensagens de celular para transmitir para o
grande mestre (a graduação máxima do esporte) Arnaud Hauchard, capitão
do time francês, os lances que programas de computador sugeriam para os
jogos do grande mestre Sebastien Feller.
No xadrez, é proibida a utilização, durante as partidas, de engines --os softwares que analisam os jogos.
Marzolo, 32, acusado de mandar cerca de 200 SMS com lances para
Hauchard, 39, foi suspenso por cinco anos pela Federação Francesa de
Xadrez, que investiga o caso desde outubro, quando se encerrou a
Olimpíada.
Feller, 20, que jogou nove partidas e teve grande desempenho no torneio,
recebeu pena de três anos longe do esporte e mais dois anos de serviços
comunitários.
Sua punição foi amenizada devido à sua pouca idade. O atleta, que está
jogando o Campeonato Europeu, nega as acusações e pode recorrer.
Já Hauchard, que, segundo a federação, admitiu o esquema, não poderá atuar como capitão e técnico no país.
Todos os jogos da Olimpíada são transmitidos ao vivo pela internet.
Segundo a federação, Marzolo, que estava na França, enviava para
Hauchard, via SMS, os melhores lances apontados por engines para o jogo
de Feller.
Na Rússia, Hauchard consultava seu celular. Para se comunicar com Feller
na área de jogos, andava entre as mesas e, por meio de um sistema de
gestos criado entre eles, transmitia a jogada.
Durante a Olimpíada, os atletas podiam entrar na área de jogos com
equipamentos eletrônicos, como celular e notebook. A única barreira era
um detector de metais.
A França terminou a Olimpíada, o principal campeonato de xadrez entre
países, na décima colocação. A disputa bianual envolve seleções de
quatro titulares e dois reservas. Em 2010, o torneio contou com 153
países.
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