domingo, 27 de março de 2011

Saindo da vida para entrar no jogo: a overdose dos games

O sujeito entra no banheiro e vai até o mictório: ele quer jogar. À sua frente, um painel indicará a pontuação. Seu desempenho vai depender da força do jato e dos mililitros acumulados durante a partida. Sem falar na mira.
Essa é a sinopse de um novo título da companhia de entretenimento eletrônico japonesa Sega -a mesma que criou o super-herói em forma de porco-espinho Sonic, ícone da cultura "gamer" dos anos 1990. O jogo "Toylet" (trocadilho, em inglês, com as palavras "brinquedo" e "toalete") acaba de ser testado nos banheiros masculinos do metrô de Tóquio -foi um sucesso, segundo a empresa.
Cruzamento de pinball com mictório, o lançamento soa improvável a quem não precisa de estímulos eletrônicos para urinar no lugar certo, sem respingar no chão. A empreitada se insere em um negócio ascendente e bilionário, que contempla todos os aspectos de nossa vida pessoal e profissional: a "gameficação". Entenda-se por isso a transformação de tarefas das mais ordinárias (limpar a casa, passear pela cidade, acompanhar as notícias) às mais complexas (exterminar a fome no mundo, encontrar substitutos energéticos para o petróleo) em jogos.

"O fato de tantas pessoas, de tantas as idades e no mundo inteiro estarem escolhendo gastar seu tempo em universos 'gameficados' é sinal de algo importante, um fato urgente que precisamos entender", escreve Jane McGonigal, 33, no best-seller "Reality Is Broken" [Penguin USA; R$ 61,70], recém-lançado nos EUA.
"A realidade, comparada com os games, está quebrada. Nós precisamos começar a fazer games para consertá-la", afirma o livro, um manifesto tecnoutópico de 388 páginas, cujo subtítulo é "Por que Jogos nos Tornam Melhores e como Eles Podem Mudar o Mundo".
Leia na Ilustríssima deste domingo (27) a reportagem completa de Diógenes Muniz sobre a "gameficação" da sociedade -a íntegra está disponível para assinantes.

Nenhum comentário: