Em meio a notícias de pressões políticas para tirar Roger Agnelli da
presidência da Vale, usuários do serviço de microblog Twitter começaram
uma campanha pela permanência do executivo na mineradora.
A hashtag (símbolo que indica um assunto) #FicaAgnelli, que identifica
essa "campanha", subiu para a segunda posição da lista dos chamados
"trending topics", isto é, os "assuntos" mais repercutidos pelos
frequentadores do Twitter, no começo da noite. Usuários estrangeiros
também espalharam a notícia, já divulgada pela imprensa em língua
inglesa.
Os usuários do serviço usam a campanha para protestar contra a suposta
interferência do governo na mineradora. "A Vale tem o maior lucro de sua
história e o governo quer mandar o Agnelli embora! Governo devia ficar
quieto no lugar dele!", escreve um deles, enquanto outro chama o
executivo de "Steve Jobs brasileiro", comparando Agnelli ao
presidente-executivo da Apple.
RUMORES
Embora os rumores a cerca de pressões pela saída do executivo sejam
antigos, ganharam fôlego renovado nos últimos dias nas páginas dos
jornais.
O ministro Guido Mantega (Fazenda), segundo reportagem do 'Estado de
S.Paulo', solicitou a saída de Agnelli ao presidente do Conselho de
Administração do Bradesco, Lázaro Brandão. E uma reportagem da Folha
publicada ontem apontou um movimento de empregados e diretores da
companhia para entregar, de modo conjunto, seus cargos, caso a mudança
na presidência da companhia se concretize.
O banco Bradesco reparte o controle da Vale com o Previ (o fundo de
pensão do Banco do Brasil), a maior acionista, a trading japonesa Mitsui
e o BNDES.
Por conta desses rumores, o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) negou
ontem qualquer tentativa de intervenção do governo no comando da
mineradora.
E hoje, o próprio Agnelli se manifestou, negando uma articulação política para manter o cargo.
Em nota oficial divulgada pela assessoria da empresa, o executivo afirma
que "a decisão sobre a escolha do diretor-presidente da Vale compete
exclusivamente aos acionistas controladores da empresa", acrescentando:
"o que tenho feito nos últimos dias é o mesmo que fiz ao longo de toda a
minha carreira: trabalhar. Não tenho envolvimento com qualquer questão
política relativa a este assunto".
Nenhum comentário:
Postar um comentário