Barack Obama decidiu reunir os líderes do mundo da tecnologia para um
jantar. Sentaram-se à mesa, levantaram seus copos para um brinde,
tirou-se a foto oficial. O que ninguém percebeu foi que a imagem
escancarou um problema do setor da tecnologia: a falta de mulheres.
Na mesa, Carol Bartz, executiva-chefe do Yahoo!, era a única líder do
sexo feminino. As outras duas mulheres presentes na foto de divulgação
eram Ann Doerr, acompanhando seu marido John Doerr (importante
investidor do Vale do Silício) no jantar, e Valerie Jarrett,
representante da Casa Branca.
Carol está entre poucas. Na lista da revista "Fortune" que elege as 500
maiores empresas dos Estados Unidos são apenas 15 mulheres no cargo de
executivas-chefes de suas companhias. Das 15, apenas duas estão ligadas
ao mercado da tecnologia (o próprio Yahoo! e a Xerox).
A situação também se apresenta na formação do conselho administrativo de
cinco empresas em grande ascensão no Vale do Silício. Twitter,
Facebook, Zynga, Grupon e Foursquare não têm mulheres em seu quadro de
diretores, que dá orientações sobre as atividades das empresas.
No Brasil, o cenário se repete. Dados da Catho Online (catho.com.br) mostram que a área de tecnologia ainda tem um baixo índice de atuação de mulheres --apenas 12,56%.
A falta de mulheres no topo é reflexo da ausência delas na base da pirâmide.
Dados do Centro Nacional para Mulheres e Tecnologia da Informação dos
Estados Unidos mostram que, logo no ensino médio, elas têm menos
familiaridade com os computadores e com o conhecimento de programação do
que os meninos.
Na universidade, o efeito cascata continua: elas obtêm menor porcentagem
de diplomas na área de ciências da computação, quando comparadas a
eles.
Os dados são preocupantes, mas a maior contradição está no fato de as
mulheres serem, algumas vezes, maioria entre os consumidores dos
serviços prestados por empresas com poucas em seu time de líderes.
No Brasil, por exemplo, elas lideram o acesso a redes sociais como
Facebook, Twitter e Orkut, segundo estudos recentes da consultoria TNS
Global Research.
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