A web está morta, anunciou, em setembro de 2010, a revista "Wired". Nada
disso, quem vão morrer são os apps para dispositivos móveis, respondem
agora, em coro, os chefes da Mozilla e da Opera Software, na maior feira
de tecnologia do mundo, a Cebit.
Uma breve sinopse desta batalha: a web é a interface gráfica por onde
navegamos, desde 1992, usando os "browsers" --como o Internet Explorer,
da Microsoft, o Firefox, da Mozilla, e o Opera. A morte deste universo
relativamente livre, anunciada pela polêmica revista norte-americana,
ocorreria por conta do avanços dos aplicativos para dispositivos móveis,
negociados em ambientes fechados como a App Store, da Apple.
Mas Gary Kovacs, executivo-chefe da Mozilla, e Jon von Tetzchner,
cofundador da Opera, não veem as coisas dessa forma. A dupla falou aos
visitantes e jornalistas nesta quinta-feira (3), na Alemanha.
"Só precisamos solucionar esse problema comum chamado plataforma, e a
questão toda gira em torno do fato de que a web é a plataforma", disse
Kovacs. Segundo ele, o mercado de app para web é potencialmente maior do
que o mercado de apps para aparelhos móveis, já que existem cerca de 3
milhões a 5 milhões de desenvolvedores comparados com os mais de 50 mil
que trabalham fazendo programinhas para sistema Android (do Google) ou
iOS (da Apple).
"Faz-se muito barulho sobre os mais de 350 mil aplicativos na Apple
Store. É impressionante, ótimo, mas quantos sites existem por aí?",
questionou von Tetzchner.
Ambos apostam em aplicativos para web que rodariam de forma nativa nos
navegadores, ou seja, apareceriam automaticamente em nossas telas sem
precisarem ser baixados, como acontece com os aplicativos móveis.
ALIADOS POR ORA
Embora tenham se unido para combater um inimigo em comum, que ameaça o
modelo de negócio com que trabalham, os desenvolvedores de navegadores
para web têm sua própria guerra particular, que já dura décadas.
O Internet Explorer ainda é o líder deste mercado, com 59,26% de
participação. Logo em seguida, vem o Firefox, da Mozilla, cujas versões
totalizam 22,82% do mercado. O Chrome vem com participação de 8,47%,
enquanto o Safari figura com 5,33%. O quinto navegador mais usado é o
Opera, cuja participação é 2,28%.
Kovacs aproveitou a Cebit para informar que a versão final do Firefox 4
sairá em até um mês, com suporte para conteúdo na linguagem HTML5,
sucessora do Flash.
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