O papa Bento 16 declarou nesta segunda-feira os riscos que a população
corre com o uso da internet como perda de privacidade, a
superficialidade das relações e que a opinião mais convincente prevaleça
sobre a verdade.
No discurso dirigido nesta segunda aos participantes da reunião do
Conselho Pontifício para as Comunicações Social sobre o tema "Linguagem e
Comunicação", o papa assinalou que as novas tecnologias não só estão
mudando o modo de comunicar, mas também estão propiciando uma vasta
transformação cultural.
O Bispo de Roma garantiu que as novas tecnologias estão propiciando um
novo modo de aprender e de pensar, assim como uma nova linguagem.
Bento 16 acrescentou que por isso é necessário, de maneira urgente, uma
reflexão sobre as linguagens surgidas a partir das novas tecnologias e
que o ponto de partida é a revelação, "que nos testemunha como Deus
comunicou suas maravilhas na linguagem e na experiência real dos homens,
segundo a cultura de cada época".
"A fé sempre penetra, enriquece, exalta e estimula a cultura e por isso é
preciso escutar a linguagem dos homens de nosso tempo para acompanhar a
obra de Deus no mundo", manifestou.
O pontífice acrescentou que a cultura digital abre novos desafios à
capacidade da igreja de falar e de escutar uma nova linguagem que fale
da transcendência e lembrou que Jesus no anúncio do Evangelho utilizou
os elementos da cultura e do ambiente de seu tempo.
Nesta segunda-feira, acrescentou o papa, os cristãos estão chamados a
descobrir na cultura digital os símbolos e metáforas que possam ser
úteis para falar do Reino de Deus ao homem contemporâneo.
Bento 16 lembrou aos presentes sua mensagem por causa do 45º Dia Mundial
das Comunicações Sociais 2011, que será realizada em 5 de junho, no
qual ressalta que a internet não pode substituir o contato direto entre
as pessoas e que as novas tecnologias precisam estar a serviço do bem da
pessoa e da humanidade inteira.
Nessa mensagem, o papa pede aos jovens "bom uso" das redes sociais, que
estas não sejam um instrumento para reduzir as pessoas a categorias, que
tenta manipulá-las emotivamente e que permite aos poderosos monopolizar
as opiniões dos demais.
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