O Google realizou mudanças substanciais em seu serviço de buscas, em um
ataque direto a empresas que produzem grande volume de reportagens e
vídeos de baixa qualidade --e que tentam posicioná-los melhor nos
resultados.
As melhorias nos algoritmos que o Google usa para classificar os
retornos de buscas afetaram cerca de 12% das buscas, nos últimos dias,
afirmou o Google em mensagem publicada em seu blog, na quinta-feira
(24).
O Google iniciou a limpeza depois que usuários pediram medidas mais
fortes contra as chamadas "fazendas de conteúdo', que utilizam exércitos
de trabalhadores autônomos mal remunerados para produzir textos e
vídeos cujo objetivo é obter classificações mais elevadas nos resultados
de busca.
"A atualização tem por objetivo rebaixar a classificação dos sites de
baixa qualidade, sites que oferecem baixo valor adicionado aos usuários,
copiam conteúdo de outros sites ou simplesmente não são muito úteis",
afirmaram o pesquisador Amit Singhal e o engenheiro Matt Cutts, do
Google, no blog.
"Ao mesmo tempo, ofereceremos classificação melhor aos sites de
qualidade, com conteúdo e informações originais, tais como pesquisa,
relatórios em profundidade, análises ponderadas e assim por diante",
afirmaram.
Embora o Google não tenha mencionado empresas que considera como
fazendas de conteúdo, esse rótulo é frequentemente aplicado à Demand
Media; à Associated Content, do Yahoo!; e à Seed, da AOL, que publicam
artigos do tipo "como fazer uma luminária de papel ou cinco maneiras de
tratar pele seca".
Grande proporção da receita das fazendas de conteúdo vem dos serviços de
busca. A Demand Media, por exemplo, afirma que 28 por cento de sua
receita veio do Google, nos nove primeiros meses de 2010.
"Como seria de esperar, um acervo de conteúdo diversificado como o nosso
teve certos artigos passando por altos e baixos nas buscas do Google",
afirmou Larry Fitzgibbon, vice-presidente executivo de mídia e operações
da Demand Media, em texto publicado na quinta-feira no blog da empresa,
em resposta às mudanças do Google.
"É impossível especular como essas ou quaisquer outras mudanças
promovidas pelo Google afetarão qualquer negócio online em longo prazo,
mas até agora não sentimos impacto concreto em nossos negócios de
conteúdo e mídia", acrescentou.
O Google também vem reprimindo outras companhias, entre as quais a
cadeia de varejo J.C. Penney, que, de acordo com reportagem do New York
Times, tentam manipular os algoritmos do Google para obter
classificações mais elevadas nos retornos de pesquisas dos usuários do
buscador.
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