A Nokia anunciou nesta quinta-feira que a seda da empresa na América
Latina será transferida de Miami para São Paulo. Segundo a empresa, a
mudança ocorre para que a companhia se aproxime das necessidades dos
consumidores de uma da regiões do mundo que mais cresce. Assim, o
objetivo é entender necessidade do consumidor local.
O escritório de Miami ficará responsável por Venezuela, Caribe e América Central.
Segundo o presidente da Nokia no Brasil, Almir Narcizo, a empresa quer
aproveitar a demanda crescente por smartphones na região. Em 2010, a
Nokia se consolidou como líder neste segmento, com o market share 47% no
Brasil, em vendas de smartphones, segundo o Instituto Gartner.
Mesmo sem revelar os números Narcizo afirmou quer pretende pleitear com a
Nokia internacional parte da verba em pesquisa e desenvolvimento para
celulares com necessidades locais, como os que utilizam dois chips e têm
acesso à TV digital.
Neste ano, a empresa estima trazer três aparelhos com dois chips e, em 2011, trazer mais quatro.
CLANDESTINOS
No dia 14 de fevereiro, a Folha publicou reportagem sobre o problema da invasão de celulares clandestinos da China e o impacto disso na economia brasileira.
Hoje, 20% das 202,9 milhões de linhas no país usam aparelhos sem
certificação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Entre os
clientes pré-pagos, o índice atinge 40% em cidades como São Paulo e Rio
de Janeiro.
Os números, apurados pela agência e as operadoras, refletem um aumento
de 67%. Em meados de 2010, pesquisa com um terço dos celulares ativos
projetou que 12% eram clandestinos.
Para os fabricantes no país, a perda anual é de R$ 1 bilhão -- ou 20% das vendas de aparelhos originais. Em 2008, era 10%.
Para especialistas, o crescimento decorre do momento favorável da
economia. Além disso, as operadoras não vendem telefones que aceitam
mais de um chip simultaneamente -para não abrir caminho para os
concorrentes. Isso impulsionou os modelos clandestinos. O Brasil também
se tornou um dos polos do contrabando de celulares porque, no país, esse
negócio garante lucros elevados.
Estima-se que um lojista desse "ramo" fature mensalmente R$ 80 mil e
registre lucro líquido de 65% na venda de smartphones clandestinos e de
57% para os celulares mais simples.
No mercado oficial, a margem de lucro costuma ser de 55%, mas ela é dividida entre fabricantes, distribuidores e revendedores.
A diferença se explica pelo não pagamento de impostos pela venda de
aparelhos clandestinos que entram no país custando, no máximo, US$ 40
para o lojista. O preço muda de acordo com a categoria do telefone.
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