No dia em que comemora seus 90 anos, a Folha coloca na internet a
versão fac-similar das suas edições desde 1921. São cerca de 1,8 milhão
de páginas, incluindo as edições da "Folha da Noite", da "Folha da
Manhã" e da "Folha de S.Paulo".
A Folha é o primeiro dos grandes jornais brasileiros a digitalizar seu acervo integral e a colocá-lo à disposição dos leitores.
O processo demorou cerca de um ano. Envolveu dezenas de pessoas do
jornal e a contratação da empresa Digital Pages. O custo estimado foi da
ordem de R$ 3 milhões, o que inclui a digitalização, o armazenamento e o
espaço em servidores capazes de suprir a demanda que será criada na
internet.
Nesta fase inicial, qualquer pessoa poderá ter acesso gratuito por meio do site acervo.folha.com.br.
"Após um período de degustação aberto a todos, o acesso gratuito será
mantido só para assinantes do jornal. É uma ferramenta poderosa para
pesquisas e uma vantagem a mais para o leitor fiel da Folha", afirma Antonio Manuel Teixeira Mendes, superintendente do jornal.
BUSCAS
"Todas as páginas receberam OCR, a tecnologia que permite o
reconhecimento de caracteres nas imagens. Com isso, será possível fazer
pesquisas simples ou sofisticadas sobre os textos do acervo de forma
intuitiva. E, com enorme volume de páginas, a interface foi desenhada
para que a busca traga resultados contextualizados visualmente em poucos
cliques", diz Ana Busch, diretora-executiva da Folha.com.
O trabalho foi quase todo feito a partir de microfilmes do jornal. Em 1982, a Folha
começou a microfilmar suas edições desde a década de 1920. "Embora
existam as coleções em papel, o microfilme é importante para preservar o
material. A vida estimada de um livro em papel de jornal é de cem anos.
Em microfilme, dura cerca de 500 anos", afirma Carlos Kauffmann,
gerente do Banco de Dados da Folha e um dos coordenadores do projeto.
Ainda hoje a Folha continua sendo microfilmada. Para efeitos legais, só cópias a partir desse meio são aceitas em processos na Justiça.
"O fato de o jornal na década de 1980 ter decidido microfilmar seus
exemplares antigos facilitou bastante o processo. No ano passado, a
digitalização começou a partir dos microfilmes. Mesmo os das edições
mais velhas estão em boa qualidade", explica Kauffmann.
A partir de agosto de 2003, os arquivos em pdf (imagens digitais das
páginas) do jornal foram usados para o atual projeto de colocar na
internet todo o acervo.
O projeto de digitalização e apresentação das páginas na web privilegia o
acesso amplo dos leitores. Ao fazer a busca de um texto, o interessado
chegará à página correspondente e terá a possibilidade de folhear a
edição do jornal daquele dia ou até de um período mais longo.
Nesse sistema, o trabalho de pesquisa se torna mais rico. Por exemplo,
numa busca sobre a Segunda Guerra Mundial, ao chegar ao artigo
específico, o interessado também poderá ler as reportagens publicadas na
mesma página e em outras partes da edição naquela data.
Em breve, outros jornais do Grupo Folha também terão seus acervos
digitalizados. Entre eles, o "Notícias Populares", que circulou de 15 de
outubro de 1963 a 20 de janeiro de 2001, e a "Folha da Tarde", criada
em 1949.
GRANDES REPORTAGENS
Nesta e nas próximas páginas deste caderno especial, o jornal relaciona
90 grandes reportagens --como o caso do mensalão (2005)-- e fotos
publicadas ao longo de todas as suas edições.
Esse índice pode servir de guia para quem deseja fazer uma viagem histórica pelas páginas do jornal nas últimas nove décadas.
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