quinta-feira, 26 de julho de 2012

Alcatel cortará 5.000 empregos para reduzir custosCOMENTE


PARIS (Reuters) - A fabricante de equipamentos de telecomunicações Alcatel-Lucent demitirá cinco mil funcionários, e sairá, ou se reestruturará, em mercados de baixa lucratividade, ao passo que busca cortar custos em 1,25 bilhão de euros (1,5 bilhão de dólares) até o final do ano que vem, parte do esforço para combater fortes concorrentes e fraca demanda.
A medida surgiu depois que o grupo franco-americano alertou na semana passada que não cumpriria sua meta de margem lucro em 2012, e anunciou um prejuízo operacional ajustado de 40 milhões de euros no segundo trimestre.
A decisão de cortar 6,4 por cento dos 78 mil funcionários da empresa em todo o mundo é sinal de que o presidente-executivo, Ben Verwaayen, acredita que ações mais audaciosas são necessárias para conter a queda dos preços das ações e problemas constantes como o alto consumo de reservas de caixa e custos operacionais elevados.
No entanto, as propostas são mais modestas que as da rival Nokia-Siemens Networks, que prometeu cortar um quarto de seus funcionários, ou 17 mil postos de trabalho.
A Alcatel também está adotando seu plano em um momento de corte dos gastos das grandes operadoras de telefonia com equipamentos de rede, em meio à fraqueza da economia mundial, e tem de enfrentar a feroz concorrência da Huawei Technologies e da Ericsson.
Pierre Ferragu, analista da Bernstein, disse que o plano não era suficientemente ambicioso, tendo em vista os desafios que o grupo enfrenta, e que não resolveria problemas estruturais tais como o excesso de produtos na linha da empresa.
"Pelo contrário, as demissões propostas custarão muito dinheiro e correm o risco de acelerar os problemas de liquidez da companhia. Estamos cada vez mais em uma situação na qual a Alcatel corre o risco de não conseguir refinanciar suas necessidades em 2014", disse.
Sob o comando de Verwayeen, a Alcatel enfim registrou seu primeiro lucro anual desde que foi formada em 2006 pela fusão entre a Alcatel e a Lucent Technologies, mas o presidente-executivo não conseguiu resolver todos os problemas da companhia.
Verwayeen descartou a ideia de que a Alcatel venderá grandes partes de seus negócios, dizendo que a empresa quer permanecer uma grande fornecedora de equipamentos com um amplo portfólio de produtos.
"A ênfase hoje não está em venda de ativos, mas em uma abordagem mais focada em eficiência", disse ele a repórteres.
A empresa disse que buscará se livrar de contratos não lucrativos de serviços nos quais gerencia redes para operadoras, que tentará retirar mais dinheiro de seu portfólio de patentes, e que deixará --ou se reestruturará-- países nos quais tem fraco desempenho.
Não foram fornecidos detalhes sobre onde acontecerão os cortes de empregos, nem quais vendas de ativos podem ser consideradas. Verwaayen disse a repórteres em uma teleconferência que as demissões serão "globais" e não incluirão funcionários de pesquisa e desenvolvimento.

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