Time dos bastidores da empresa concentra arsenal de talentos

Steve Jobs, carinhosamente apelidado pelos fãs de "o mago de Cupertino", cidade-sede da Apple, na Califórnia, deixa a direção da empresa e abre espaço nos holofotes para executivos responsáveis pela mágica nos bastidores em duas áreas vitais: design e marketing.
São funcionários que estão há mais de uma década na Apple e dividem os mesmos valores e gostos que Jobs. Quando ele pensou no iPod, quem o desenhou foi o londrino Jonathan Ive, vice-presidente de design industrial.

E, quando ele surgia de jeans e camiseta rolê preta para o lançamento de um produto qualquer, quem estava a sua sombra era o americano Philip W. Schiller, vice-presidente de marketing internacional de produto.
Ive, 44, é o designer britânico mais importante da atualidade e chegou a ser cotado como o próximo presidente no lugar de Jobs, cargo que acabou com Tim Cook.
Enquanto analistas temem que a Apple não consiga ter um estrategista como Jobs, não há dúvidas de que o design de seus produtos estarão em boas mãos com a pequena e devotada equipe de Ive.
Além do iPod, ele também desenhou o iPad e o iMac. "A pessoa mais importante ao lado de Cook, depois de Jobs, é Ive", disse David Kirkpatrick, ex-editor sênior de tecnologia da revista "Fortune".
"Sinto há algum tempo que seu gosto e julgamento são tão importantes quanto os de Jobs no sucesso dos produtos", afirma Kirkpatrick.
O executivo entrou na Apple em 1992 e assumiu o cargo atual em 1996.
Já Schiller, 51, é o estrategista "hype" que mantém a Apple entre as empresas mais veneradas pelos jovens. Foi responsável pelos anúncios do iPhone e pela transformação dos aplicativos em itens de consumo de massa.
Em 2009, na última participação da Apple no MacWorld, Schiller tomou o tradicional lugar de Jobs para fazer a apresentação da companhia na feira. Na época, Jobs estava de licença médica.
"Talento é algo que a Apple tem em abundância. Executivos como Schiller e Ive são parte de um time que tem trabalhado junto por muitos anos. Se Cook conseguir manter o grupo intacto, o futuro da Apple deverá ser brilhante", escreveu a revista "The Economist".
Como tudo a respeito da Apple, uma das empresas mais sigilosas do Vale do Silício, é um mistério o quanto Jobs continuou ou continuará dando conselhos.

Steve Jobs mostra a versão branca do iPhone 4 à época do lançamento