"Quando saímos separados, mando uma mensagem só para saber se está tudo bem. Às vezes quero só compartilhar uma imagem com ela ou fazer um comentário qualquer", conta Ian.
O casal é usuário do aplicativo WhatsApp, que permite a troca de mensagens gratuitas, entre celulares, com o uso da internet, sem interferência das operadoras. "Com esse programa temos um canal aberto 24 horas um com o outro", completa Ian.
O casal de publicitários Daphne Evangelista, 26 e Ian Castello Branco, 24 que que usam o aplicativo WhatsApp |
Esses aplicativos, que tiram das telefônicas os lucros do SMS, ganham espaço no mercado. Além do Whats-App, são produtos como Facebook Messenger, Viber, iMessage (para iPhone), BBM (para BlackBerry OS) e GroupMe --este último comprado anteontem pela Microsoft, por meio do Skype.
Em julho, o Viber atingiu a marca de 12 milhões de usuários no mundo todo. Na França, na Alemanha, na Itália, na Espanha e no Reino Unido, o WhatsApp passou de 198 mil para 2,1 milhões de usuários -alta de 934%-, apontam dados da consultoria comScore.
Segundo recente estudo do banco de investimento Schroders, o crescimento do tráfego de dados pode levar à redução nos gastos dos clientes com comunicações.
Daphne é um exemplo dessa tese: "Deixamos de fazer muitas ligações e de mandar mensagens normais. Se ele não existisse, provavelmente nós nos falaríamos menos. Mas, como temos 3G e a mensagem usa muito pouco do plano de dados, podemos fazer uso praticamente livre".
A possibilidade de pagar pouco ou nada por SMS é ainda mais atraente no Brasil, onde o custo de envio de mensagens via operadoras é mais alto que a média.
Levantamento da consultoria Acision mostra que o valor do SMS aqui (que pode custar até R$ 0,35) chega a ser dez vezes maior que em alguns países da Europa e é mais que o dobro da média mundial (R$ 0,13).
Esses valores ajudam a explicar por que o brasileiro troca menos mensagens que norte-americanos e latinos.
Em 2010, mesmo com o aumento de 75% no uso de SMS, o país registrou média mensal de 21 torpedos por pessoa. Entre argentinos, são mais de cem por mês. Entre venezuelanos, mais de 200. Nos EUA, a média é de mais de 400 mensagens SMS mensais.
PAPO DE BOTECO
"Ralf, Elias e Fernandinho. Ainda tem muita coisa errada nessa lista do Mano." A crítica ao técnico da seleção brasileira, feita por Bruna Galvão, 24, a dois amigos deu início à uma típica discussão de mesa de bar.
Atacada pelos colegas corintianos, defensores de Mano, ela compartilhou a conversa, também por WhatsApp, em busca de apoio e para que outras pessoas pudessem participar do papo, mesmo ausentes no boteco naquele momento.
Bruna faz parte do grupo de amigos que inclui Ian e Daphne. São cerca de dez pessoas que usam o WhatsApp constantemente. "Mesmo quando é só direcionada para uma pessoa, eu mando a mensagem para o grupo em que todo mundo está incluído", diz.
Eles também usam muito a função de compartilhar localização do programa. Basta clicar em Share Location que uma mensagem com um mapa de onde você se encontra é enviada para o destinatário, que pode ser uma pessoa ou um grupo de amigos.
CHAMADAS DE VOZ
Danyelle Simões, 26, assessora parlamentar, prefere a simplicidade do Viber, aplicativo concorrente.
Retrito a iPhones e aparelhos com Android (o WhatsApp pode ser usado também em aparelhos com Symbian e BlackBerry OS), o Viber tem um diferencial importante sobre o WhatsApp: ele também faz chamadas de voz, como o Skype.
"O Viber é mais limpo. O WhatsApp pode até ser mais bonitinho, mas o Viber é mais simples de usar", comenta.
A qualidade do áudio é inferior ao serviço oferecido pela operadora, mas o custo, segundo Danyelle, compensa. "Minha família mora em outra cidade. Se eu tivesse que fazer interurbano toda vez, ficaria pobre!", brinca.
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