A Suprema Corte e a promotoria da China reforçarão a luta contra os hackers ao adotar penalidades mais severas para as pessoas envolvidas nesse tipo de delito, informou a mídia estatal do país na segunda-feira (29).
Sob regras que vigorarão a partir de 1º de setembro, as pessoas que "deliberadamente comprarem, venderem ou encobrirem dados ou acesso a redes obtidos de forma ilegal estarão sujeitas a punição criminal", afirma um comunicado oficial do governo, de acordo com a agência oficial de notícias Xinhua.
"Atividades como essas estão se tornando cada vez mais comuns, e chegam a dar origem a grandes plataformas on-line para transações. Penalizar esse tipo de transação vai romper a cadeia de lucros dos crimes de computação", acrescenta o texto.
Embora os Estados Unidos afirmem que muitos ataques de hackers se originam da China, contra grupos chineses de direitos humanos e empresas norte-americanas, as autoridades chinesas alegam que o país é uma das maiores vítimas de ataques de hackers.
"Um crime que coloca em risco a segurança das redes de informação representa ameaça não só à segurança das redes mas à segurança nacional e ao interesse público", afirmou a agência de notícias, acrescentando que as novas regras tinham por objetivo reprimir esse tipo de crime de modo mais severo.
Em 2009, mais de 42 mil sites chineses sofreram "distorções" por ação de hackers, segundo a Xinhua.
Dados do Ministério de Segurança Pública demonstram que o número de vírus circulando na internet aumentou em 80% ante o ano anterior pelos últimos cinco anos, de acordo com a Xinhua. O ministério estima igualmente que oito em cada dez computadores conectados à internet são controlados por hackers.
Em seu relatório anual ao Congresso sobre as forças armadas chinesas, apresentado na quarta-feira, o Pentágono alertou que ataques de hackers oriundos da China poderiam ser usados para fins militares clandestinos, e não para simples tentativas de acesso a dados.
Na semana passada, circulou um vídeo na internet sobre uma reportagem da TV estatal chinesa quanto a ataques de hackers lançados pelas forças armadas do país, a despeito das constantes negativas da China quanto a esse tipo de atividade.
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