A Líbia completou mais de 24 horas sem serviço de internet, que está
cortado desde as 16h (13h de quinta-feira), informaram hoje empresas
americanas que controlam o tráfego on-line.
A Arbor Networks informou que todo o tráfego de internet para e da Líbia
"cessou abruptamente" a entre as 16h30 e as 17h GMT (13h30 e 14h de
Brasília) da quinta-feira.
"Este corte ocorre depois de várias semanas em que se registraram
interrupções periódicas e reduzido volume de tráfego na internet,
provavelmente vinculados aos atuais acontecimentos sociais e polítics
que ocorrem no país", informou.
Na sexta-feira foram reportados violentos confrontos entre os rebeldes e as forças leais ao ditador íbio, Muammar Gaddafi.
Outra empresa de controle de tráfego na internet, a Renesys, destacou
que o serviço na Líbia foi cortado pouco depois das 16h35 (13h35 de
Brasília) de quinta-feira.
"Todos os sites na internet alojados pelo governo líbio que testamos estavam inacessíveis", informou.
O site de buscas Google, que rastreia o status de produtos como Google
Search e YouTube em vários países, reportou que estes serviços e outros
eram inacessíveis na Líbia desde a quinta-feira.
EXPLOSÃO
Uma forte explosão atingiu nesta sexta-feira um depósito de armas
militares perto de Benghazi, a principal cidade comandada por rebeldes
que lutam contra o ditador Muammar Gaddafi, afirmou um porta-voz
insurgente.
As causas do incidente não foram divulgadas de imediato, nem foi
confirmado se há vítimas, segundo o membro da Coalizão Revolucionária
Isam Geriani.
Uma equipe foi enviada para investigar de onde teria partido a explosão
que, de acordo com Geriani, "foi sentida como um terremoto". Segundo o
líder rebelde, o regime de Gaddafi já bombardeou vários depósitos de
armas em todo o país.
Fontes do hospital local Al Jalaa disseram que ao menos nove pessoas
morreram e outras fez ficaram feridas na explosão. Segundo o médico
Habib al Obeidi, a explosão também atingiu casas da região, e o número
de vítimas deve aumentar.
De acordo com o médico, aparentemente o local explodiu no momento em que
um grupo de pessoas tentava recolher armas. Segundo testemunhas, várias
explosões secundárias se seguiram e há focos de incêndio na região.
Protestos e confrontos eclodem em várias localidades do país --
principalmente em Al Zauiya, controlada pelos rebeldes e situada 92
quilômetros ao sudeste de Trípoli-- e em Ras Lanuf, 662 quilômetros ao
leste de Trípoli.
CONFRONTOS EM ZAWIYAH
Mais cedo, ao menos 18 pessoas morreram em violentos confrontos na
cidade de Zawiyah, próxima à capital Trípoli, que há dias está sob
controle dos rebeldes.
O governo líbio espera retomar o poder no local ainda nesta sexta-feira.
De acordo com a agência de notícias Associated Press, testemunhas
relataram que ao menos 18 pessoas morreram. No entanto, segundo fontes
ouvidas pela Reuters, 30 pessoas foram mortas.
"Estive no hospital há menos de 15 minutos. Dezenas morreram e outros
ficaram feridos. Contamos 30 civis mortos. O hospital estava lotado.
Eles não conseguiam achar um espaço para as vítimas", disse Mohamed, que
mora em Zawiyah, à Reuters por telefone.
Entre os mortos está o líder dos rebeldes em Zawiyah, informou um porta-voz do grupo.
PROTESTOS EM TRÍPOLI
Mais cedo, forças leais a Gaddafi atiraram bombas de gás lacrimogêneo
contra manifestantes antigoverno que se reuniram em Trípoli,
aparentemente sufocando tentativas de reviver demonstrações pedindo a
renúncia do mandatário na capital. Ao mesmo tempo, rebeldes prometendo
"vitória ou morte" entraram em confronto com partidários do líder nas
proximidades de uma importante instalação de petróleo no leste do país.
Após as orações do meio-dia, mais de 1.500 pessoas saíram da mesquita de
Murad Agha, no distrito de Tajoura, leste de Trípoli, gritando "O povo
quer derrubar o regime" e agitando a bandeira vermelha, preta e verde da
monarquia pré-Gaddafi, adotada como o símbolo da revolta.
Mas forças pró-regime rapidamente apareceram em um comboio de 14 veículos esportivos.
"Eles atiraram bombas de gás lacrimogêneo. As pessoas estão assustadas",
afirmou um repórter da agência de notícias Reuters que estava em
Tajoura no momento do confronto.
Testemunhas também disseram que as forças pró-Gaddafi atiraram usando
munição real, embora não tenha ficado imediatamente claro se os disparos
foram feitos para o alto ou diretamente contra os manifestantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário