O número de pessoas com acesso à internet em qualquer ambiente
(domicílios, trabalho, escolas, LAN houses ou outros locais) atingiu
73,9 milhões no quarto trimestre de 2010, segundo o Ibope Nielsen
Online.
O número representou um crescimento de 9,6% em relação aos 67,5 milhões
do quarto trimestre de 2009, segundo dados divulgados pelo instituto
nesta sexta-feira.
No que se refere ao acesso mensal em fevereiro deste ano, o Ibope
informou que "o acesso à internet no trabalho e em domicílios vem
crescendo ainda mais. O total de pessoas com acesso em pelo menos um
desses dois ambientes chegou a 56 milhões em fevereiro de 2011, o que
significou um crescimento de 19,2% sobre os 47 milhões do mesmo mês do
ano anterior."
O total de usuários que moram em domicílios com acesso à internet cresceu 24% nesse período --já é de 52,8 milhões.
O Ibope informa ainda que das 56 milhões de pessoas que têm acesso à
rede no trabalho ou em residências, 41,4 milhões foram usuárias ativas
em fevereiro --o que significou uma diminuição de 3,3% em relação a
janeiro e um crescimento de 12,7% na comparação com os 36,7 milhões de
fevereiro de 2010.
CONTROVÉRSIA
Embora o crescimento do número de internautas seja favorável, a internet
brasileira não está preparada para suportar as exigências atuais dos
internautas, de acordo com um relatório divulgado pela Cisco no ano
passado.
A pesquisa "A Qualidade da Internet", feita pela Universidade de Oxford
(Reino Unido) e pela Universidade de Oviedo (Espanha) com apoio da
Cisco, empresa que fabrica equipamentos que conectam os computadores à
rede, revelou que embora o Brasil tenha feito avanços para aumentar o
número de domicílios conectados, a qualidade das conexões está abaixo da
média.
Hoje, para que um internauta navegue e realize suas tarefas (trocar
e-mails, baixar arquivos, assistir a vídeos, entre outras), as
velocidades médias precisam ser de 3,75 Mbps (megabits por segundo) para
o download (quando se baixa arquivos ou se acessa um site qualquer) e
de 1 Mbps para o upload (quando se envia algo, e-mail ou mensagem
instantânea).
O tempo de resposta (entre dar o comando e perceber que ele foi
obedecido) não pode ser superior a 95 milésimos de segundo, segundo a
pesquisa.
Em Fortaleza, apontada como a cidade brasileira com a melhor qualidade
de internet, a velocidade de download auferida foi de 4,3 Mbps, ante 570
Kbps (kilobits por segundo) de upload. O tempo de resposta ficou em 114
milésimos de segundo.
A pesquisa indica que, nos próximos cinco anos, os internautas estarão
consumindo mais capacidade de rede porque assistirão a vídeos sob
demanda e farão videoconferências, entre outras aplicações sofisticadas.
Por isso, os especialistas estimam que, até 2015, um domicílio estará consumindo 500 GBytes mensalmente, ante os atuais 20 GB.
Para dar conta dessa quantidade de dados trocados via internet, será
preciso investir mais para que as redes ofereçam velocidades de download
de 11,25 Mbps e de 5 Mbps de upload com uma resposta de 60 milésimos de
segundo.
MUNDO
Só 38 cidades no mundo já estão preparadas para essa nova fase --nenhuma
no Brasil. No total, foram monitorados domicílios em 239 cidades e 72
países.
A Coreia do Sul continua liderando a lista de países líderes em
internet, seguida por Hong Kong e Japão. O Brasil ocupa a 38ª colocação.
Esteve na 41ª, em 2009, e na 36ª, em 2008.
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