O Google acusou o governo chinês nesta segunda-feira de dificultar o
acesso de usuários do Gmail ao serviço no país, no mais recente episódio
de um relacionamento azedo entre a empresa e Pequim.
A companhia informou que qualquer dificuldade que usuários na China
possam ter enfrentado nas últimas semanas ao tentar acessar o serviço de
email deve ser provavelmente resultado de bloqueios impostos pelo
governo.
"Não há problema do nosso lado, checamos isso extensivamente", disse uma
porta-voz do Google em mensagem. "Isso é uma ação de bloqueio do
governo projetada cuidadosamente para fazer parecer que é problema do
Gmail."
Usuários do Gmail na China afirmaram que ainda conseguem acessar suas
contas, mas que não conseguem fazer tarefas como enviar mensagens e
acessar listas de endereços.
O desentendimento entre o Google e o governo chinês começou em janeiro
de 2010, quando a companhia divulgou que não tinha mais interesse em
censurar seus resultados de buscas no país. Anteriormente, a companhia
incluía um aviso em seu serviço na China que informavam que as buscas
poderiam não ser completas por causa de leis locais.
Pesquisas sobre termos considerados sensíveis pelos censores chineses
são rotineiramente bloqueadas. Sites de busca chineses como Baidu
voluntariamente filtram resultados.
Esta não é a primeira vez que o Google acusa a China de interferir em
seus serviços. Em janeiro, a empresa informou que descobriu sofisticados
ataques originados da China contra ativistas de direitos humanos que
usam o Gmail ao redor do mundo.
O Ministério de Relações Exteriores da China não respondeu imediatamente um pedido de comentário enviado por fax.
A censura de conteúdo da web se intensificou na China após pedidos de
sites estrangeiros por uma "Revolução de Jasmim", que seria inspirada
pelas manifestações populares que estão ocorrendo no Oriente Médio e
norte da África para abertura de governos.
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